Dois Heróis Desconhecidos e um anti-herói.

Quando falamos em heróis, vem em nossa mente aquele ser que faz coisas inacreditáveis: voa, carrega um automóvel com apenas um braço, fica invisível, coisas que seres normais jamais fariam.

Pode parecer demais chamâ-los de heróis, mas se não fosse sua astúcia, jargão de outro herói, ou seu sangue frio, pensamento rápido, destreza, uma catástrofe poderia ter acontecido.

Porém, algo maior levou pelas mãos aqueles dois cidadãos, que naquele momento estavam entre a morte de muitos e sua própria vida.

Foram dois acontecimentos distintos, que passaram desapercebidos de muitos, mas os envolvidos sabem muito bem que se não fossem aqueles heróis imaginários tudo poderia ter sido tão ruim, que nem podemos imaginar.

Num dos jogos do time de basquete da ACCPE, não me lembro o ano, foram jogar em Santos contra a equipe local.

O time foi de ônibus, estava lotado de jogadores, técnicos, e alguns torcedores. Na serra, o motorista Bolo (apelido), um dos meus heróis imaginários, percebeu que o ônibus simplesmente estava sem freios.

Com a frieza de IceMan, astúcia de Japolim, Bolo não deu sequer um suspiro, percebendo que a sua frente estava um caminhão de carga, começou a dar luz ao motorista.

O motorista do caminhão, velho de guerra, percebeu que o ônibus estava com problemas e foi freiando, freiando, enquanto ônibus chegava perto até que se encontraram numa velocidade em que o caminhão conseguiu segurar o ônibus lotado em sua traseira, sem que nenhum passageiro percebesse ou sofresse um grave e quase fatal acidente.

O caminhão da Skol vinha lotado em direção a rua principal de Casa Branca, Cel José Julio, uma descida. Ao entrar na rua, estava numa velocidade meio alta, pois estava totalmente carregado de cerveja.

Ao precisar dos freios, o motorista Luis Bonatti percebeu o inesperado, estava sem freios na rua principal da cidade. Calmo como Batman, astuto e rápido como The Flash, o nosso segundo herói imaginário simplesmente levou o caminhão lotado pela rua principal da cidade sem freios e sequer tocou em alguma coisa ou alguém, vindo a parar o caminhão no espraiado, cerca de 3 kl de descida.

Agora o nosso terceiro herói, e um ati-herói, pelas peripécias é quase um milagroso.

Ele nunca fez nada que pudesse ter uma quantidade razoável de dinheiro, pelo contrário.

Um dia arrumou um emprego público, e veio à cidade grande ganhar inicialmente 3.500.00 reais.

Após algum tempo trouxe ao seu convívio, mulher e filhas. As filhas estudavam em colégios particulares e faculdade, eles moravam num bairro nobre da cidade e pagavam mais de 1000 reais de aluguel.

Após um ano, ele ganhava 4.500 reais, teto máximo. Três anos e meio passados, acabou o trabalho e este nosso “herói” conseguiu fazer uma chácara digna das grandes fortunas da cidade, carros zero e afins.

Como nenhum herói, ele foi até a digna casa municipal explicar de onde tirou todo aquele patrimônio, e saiu com esta marcante frase, como aquele outro herói, que sempre saia pela esquerda: “o meu patrimônio foi resultado de 29 anos de trabalho meu e de minha mulher”. Existem heróis para tudo mesmo.

Essas histórias incríveis são que nos faz muitas vezes acreditar nos heróis de carne e osso, mas que em alguns casos vestem as fantasias para fazerem algumas coisas dignas dos super heróis e dos falsos heróis e profetas.

Marcos Barbosa
Enviado por Marcos Barbosa em 15/06/2008
Reeditado em 08/04/2009
Código do texto: T1034961