O SENTIDO DA VIDA
Muito pouca gente pára para pensar sobre a origem da vida, sobre de onde viemos e para onde vamos.
Se não estamos nem aí para saber a nossa origem, o que dirá se preocupar com o nosso fim.
Quando falamos em fim, certamente estamos falando da morte.
Ela mesmo! A danada! A cidade dos pés juntos. A outra vida. A escuridão.
Para que a morte tenha um mínimo de sentido, é preciso haver alguma coisa depois dela.
E como não temos certeza de nada, surgem os “especialistas” para fazer entender o que nos espera no outro lado.
Geralmente esses “especialistas” preferem ficar no campo da religiosidade, que é muito vasto e diferenciado, defendendo teorias tais como: que a vida continua só para quem acreditou neles em vida, que voltaremos em outros corpos, que descansaremos para sempre, que viraremos adubo, que viveremos para sempre, que nunca vivemos e somos só uma ilusão, etc.
Uma coisa, pelo menos, todos eles parecem ter como consenso: que fora da religião, a morte é o fim e não tem nenhum sentido.
Apesar disso, eu sempre procuro rezar para quem possa estar escutando e tudo o que queremos no momento da despedida final é uma palavra de conforto e uma oração seja de que religião for.
Tem gente que define o sentido da vida como somente a perpetuação da espécie humana e, quando perdem alguém, dizem que a vida não tem mais sentido e por isso não encontram mais forças para viver.
Outros trabalham, estudam, acumulam riquezas, praticamente sem viver, mesmo sabendo que de repente morrerá e tudo o que acumulou ficará para os outros.
Então, se o sentido de sua vida estava em consumir e acumular bens materiais, ele perde o norte ao avistar o iceberg da morte se aproximando de forma irreversível.
Quais as razões para viver, se tudo se acaba com a morte? Por que temos que morrer? E o que vem depois?
O homem teme a morte talvez porque queira viver eternamente.
O homem teme a morte talvez porque não suporte a solidão.
O homem teme a morte talvez porque não tenha nenhum controle sobre ela.
O homem teme a morte talvez porque não conseguiu ser feliz em vida.
Se for verdade que a pessoa que se vai, pára de sofrer, pára de se preocupar, então, quando as enterramos, nós choramos por nós mesmos.
Sérgio Lisboa.