Viajantes febris

Anoitece...

E na escuridão do céu

a lua testemunha uma noite quente!

Pontualmente , o trem atravessa o túnel,

a fumaça desenha na penumbra

seus símbolos...

seus códigos...

suas nítidas imagens!

A estação o pressente!

Prepara-se para envolvê-lo

nos momentos que antecedem sua entrada.

Visualiza nele a peça principal que move suas engrenagens,

fundamental para seguir sua viagem.

E,

toda iluminada...

Abre suas portas!

escancara-as!

Dando-lhe o espaço de que precisa.

Deixa entrar o ar,

a luz da lua,

a luz de fora,

a luz de dentro!

Tão aquecida quanto um estado febril,

Quando, no ponto culminante do encontro...

a escuridão se fez clara!

a lua vigiada pelo brilho das estrelas cresce...

e se farta!

O ar se dissipa,

a cumplicidade fica,

As portas destrancadas,

e os trilhos modificados,

a peça fundamental da engrenagem que o faz mover-se

ocupa seu lugar de destaque,

então , seguem viagem,

impregnados de sonhos, dúvidas e desejos.