O VELHO, A PRAÇA, O TEMPO

Num lugar distante erguia-se uma comunidade entre montes e florestas verdejantes. Não era grande, porém também não se podia chamar de pequena. Nela – comunidade – milhares de almas rumavam sem destino, andando em círculos, saindo do nado ao lugar algum. Um velho, sentado na praça encravada no coração do lugarejo observava calado ao movimento mecânico e contínuo de quem se via perdido, muito mais por não saber para onde chegar, do que propriamente pelos obstáculos que cresciam pelo caminho. Um líquido salgado escorria pelos olhos do velho, que recordava o momento em que a situação agravara-se. Nítida como água púrpura e cristalina lembrava-se que tudo começara quando os “bons” desistiram de lutar, pois mesmo nas derrotas estes sabiam onde queriam atracar. Um misto de culpa a saudade se apoderava dos sentimentos e da alma que observava calada o imenso abismo que se encontrava.

Douglas Eralldo
Enviado por Douglas Eralldo em 17/06/2008
Código do texto: T1037756
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