AS FOTOS


Às vezes,sinto-me tão cansada,que me recosto no sofá de meu pequeno escritório,e nada melhor para relaxar do que rever albuns de retrato.
Me delicio vendo as fotos do meu casamento,como eu era tão novinha!
A pele lisinha,acabo achando que fiquei uma noiva muito bonita.
Olha meu marido,tão magrinho,o rosto de menino.

Meu Deus! como o tempo é cruel,não perdoa ninguém.
Vou passando as paginas,e me vejo gravida da minha primeira filha.
Que saudades!!!...

Nossa como engordei na minha segunda gravidez! pensávamos que seria um menino.E nasceu a minha pequena Ana Claudia,para fazer companhia a sua irmãzinha Ana Cristina.
Ainda era muito jovem quando tive a minha terceira filha à qual demos o nome de Júlia.
Na foto seguinte estamos as quatro,meu marido, que bateu,numa Kodac que tinhamos.

Que infância linda elas tiveram,brincaram muito,subiam nas jabuticabeiras,balançavam muito alto no balanço improvisado pelo pai.
Me deixavam quase louca.
Vira e mexe encontro uma foto com uma delas ou com o braço engessado,em outra é a mão,e assim era quase sempre.
Por mais que brigassemos não adiantava lá estavam elas fazendo brincadeiras radicais.

Me deparo com uma foto muita antiga dos tempos de vovó,só consigo identificar minha avó,mais ninguém.

O homem do retrato, me parece um camponês, com um sorriso muito simpático.Fico imaginando quantos amores ele deve ter vivido,quantas dificuldades deve ter passado.
Será que constituiu família?
Quantos anos viveu?

A mulher do retrato,deve ter no máximo uns 20 anos, moça bonita mais com um semblante muito triste.

Tento descobrir atráves do papel amarelado os segredos, que cada olhar que cada sorriso,está dizendo, suas ansias,seus desvaneios e suas lutas pela sobrevivência em epócas tão distantes e dificeis e muito diferentes dos nossos dias.
Fecho o album e volto para o album da minha vida essa eu sei de cór.


Aline Sierra
Enviado por Aline Sierra em 18/06/2008
Reeditado em 06/11/2008
Código do texto: T1040708