Quando sais de cena...

Quando sais de cena

Quando sais de cena, o Palco fica assim vazio.

A meia luz, não há platéia, sozinha em uma cadeira, permaneço indefinida.

Indefinidas horas, indefinido tempo. Porque espero, anseio que tu voltes.

Se não nesta temporada, em outra...

Não podes ficar muito tempo longe de mim,

E eu não saberei existir sem o teu complacente apresentar, pois já que sou parte, ou ápice do teu ato.

Se for assim, que seja só uma folga, um descansar, um intervalo, ou mesmo “férias”,

De mim e do teu representar.

Então sento, e pacientemente, espero,

Não fechem as cortinas!

Um pouco só de refletores, não me tirem toda a luz!

Minha espera,

Requer a real lembrança do teu lugar,

Requer o teu espaço, sem ti.

E com um feixe de luz,

Posso ver através do tempo, se tu vens, quando chegas...

Retornas, para o Palco e para mim...

E ao teu primeiro pisar no nosso apresentar,

Retomo de pronto o ar e o sorrir,

Agora sim,

Estou completa, refeita de ti.

E até posso rever então nossas borboletas,

Quer vermelhas, ou azuis.