JOGANDO CONVERSA DENTRO

JOGANDO CONVERSA DENTRO

Algumas pessoas insistem em nos convidar para bater papo e dizer que é para jogarmos conversa fora. Digo e repito que não se joga uma conversa fora, mas sim dentro de nós mesmos, mais especificamente, dentro da alma de cada um.

Pois são lembranças, fatos e estórias que se acumulam e passam a fazer parte de nossas vidas.

E o mais incrível é que às vezes lembramos delas como se também fossem nossas apesar de algumas pertencerem apenas aos nossos amigos. Não participamos daquele momento, mas eles ficam gravados e guardados dentro de um baú feito de memórias inesquecíveis, que nos fazem rir ou chorar dependendo do conteúdo que nos é transmitido.

Impossível falar sobre jogar conversa dentro e não lembrar das rodinhas de violão, regadas por uma cervejinha gelada e um tira gosto mais do que especial que é a companhia das pessoas que curtimos. O riso fica solto e mais leve, as gargalhadas vão tomando conta e surgem anedotas, gozações e emoções tiradas de um baú mais do que especial que cada um traz dentro de si.

Surgem as mais variadas lembranças, genuínos relicários feitos de saudade e nostalgia que vão contagiando um ao outro e fazendo brotar velhos momentos que são revividos em detalhes por cada pessoa presente.

Como não lembrar da bola de meia que destruiu o presente de casamento de nossa vizinha, desencadeando a ira de Dona Elza, nossa mãe, que furiosa nos perseguiu com seu chinelo nas mãos. Diga-se de passagem, em vão, até que nosso pai apareceu, hummmm...melhor pular esta parte. (risos)

O nosso time de futsal e de voleibol...nossa rádio fundo de quintal e o nosso infame e ao mesmo tempo glorioso jornal “O Furúnculo”, motivo de muito orgulho ainda nos dias de hoje. Enfim, um rol de lembranças ainda muito vivas dentro da gente.

Enquanto isso o violão não para e “Califórnia Dreams” começa a ser cantada com letras de outras músicas, animando ainda mais a cantoria que se transforma num misto de canto e alegria desenfreados, incrementados por performances nada convencionais quando executada a inesquecível “Pavão Misterioso” do sumido, porém, não totalmente esquecido Ednardo.

Enfim...saudades desses momentos, saudades desses encontros, saudades de jogar uma conversa dentro...