A vida imita a arte

Um ator ao fazer a leitura de um determinado texto que irá interpretar, procura exaurir as diversas formas e intenções que cada palavra será dita com o fim de comunicar o sentimento genuíno que o autor quis emprestar ao personagem no ato de criação. E ainda assim, haverá discrepâncias entre a mensagem emitida pelo ator no ato da representação e a do público no ato da recepção dessa mensagem, e, é natural que seja assim, como ocorre em qualquer relação. Uma vez que a vida imita a arte, e que todos nós interpretamos diversos papéis conforme as circunstâncias do cotidiano, deveríamos dispender tal como no trabalho do ator, leituras e releituras de tudo o que dizemos, fazemos, ouvimos e daquilo que nos acontece. Talvez assim, desfizéssemos os muros de incompreensão que comumente permeiam as relações humanas e pudéssemos então alcançar a tão desejada harmonia, paz e mansidão, ao invés da consequente violência oriunda dos nossos atos reativos frente a mensagens muitas vezes tolas e desmedidas e dessa forma percebidas, passar a ignorá-las como pessoalmente ofensivas. Essa questão da violência social, não está lá fora atrás de nossa porta de casa, mas sim dentro de nós, e somente a partir do trabalho e esforço da interpretação a cerca do mundo que nos rodeia, poderemos decifrar os dramas e encontrar caminhos para sua elucidação que propicie a reconciliação e a paz nas relações pessoais. Tal qual o ator no palco, cujo objeto é proclamar ao público algo e ser acreditado, também na vida, podemos proclamar nosso amor ao próximo de forma crível e assim sermos correspondidos nesse amor.

Jayni Paula
Enviado por Jayni Paula em 13/07/2008
Reeditado em 30/11/2013
Código do texto: T1078903
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