Dias sombrios

Tem dias e dias na nossa vida. Alguns que acordamos com a impressão da inconstância, do medo, da fragilidade, ou pior da nossa real incapacidade diante das situações do dia-a-dia. Violência em cada esquina, cada estado, região, pais. Há dias de sono aflito, há inclusive dias, semanas assim.Já não durmo com paz, tantas incongruências, assassinatos, cruezas dos homens,exterminam o sossego,a família, aniquilam nossos conceitos de amor,decência, solidariedade, humanidade.

Mata-se por qualquer coisa, por ciúme, por suspeição, mata-se por banalidades, simplesmente por matar.

Matam-se índios, idosos, matam-se crianças atiradas pela janela, arrastadas pela rua, de bala perdida, de bala propositada. Matam-se pais de família, jovens, trabalhadores. Mata-se o sentimento de esperança a cada segundo, no coração de todos nós. Meu sono se vai de verdade, fico apática, perco o ânimo a cada incidente trágico que dia após dia somos instados a compartilhar. Confesso e declaro partilhar da dor de cada um que se sente perdido, de cada mãe sem seu filho, cada filho sem seu pai. Sinto que nos furtam um pouco dose a dose as expectativas de viver com paz, aviltam nossos sonhos, ideais de mundo melhor.

O que fazer? Destruir para reconstruir?

Ou destituir?

Destituir os podres poderes?

Haverá que lideranças, líderes, pessoas que detém o poder se mobilizassem em torno da sanidade. Desejava que nos embates político-ideológicos vitoriosa fosse a população.Esperava que nos conflitos religiosos concluíssem por apenas um único feito.

A Paz. Estudiosos do Social, da Educação, da Política juntos haveriam de descobrir ideais de condução da sociedade, sistemas inovadores e eficientes de combate a violência, que hoje se propaga nos bancos de escola, onde uma menina moça mata a facadas outra em frente da classe inteira, dos professores, por mais alguns motivos banais. Violência inclemente, brutal, da minha cidade, do meu estado, do meu país.Mudaria o contexto se recursos fossem destinados e corretamente usados em prol do bem estar do Povo, conferindo mais dignidade, proporcionando trabalho, salários melhores, educação de qualidade, saúde, decência.

Sobreviverá o homem as suas próprias atrocidades?Ou perderá o homem para o próprio homem?

Resto-me na fé, o primeiro amparo, socorro, e cada aflição busco no fundo, nas sobras, esperanças de dias melhores. Por vezes queria esticar meu coração e dar um pouco dele a cada um que sofre, que chora, que passa pelas agruras da vida.

Que me volte sempre à alegria que transfiro no meu sorrir, o amor que expresso nos meus escritos, as palavras doces que destino, o ouvido que empresto ao desabafo. Que nunca me falte por completo nem a fé, nem os amigos,nem a alegria de viver!

Preciso de mim para seguir!!