A Última Romântica?
É Marília, talvez eu seja uma das últimas românticas. A Lulu Santos de saias do Recanto. Se bem que vejo muitas outras por aqui.
Eu não quero brigar pelo título, mas aviso que obtive do especialista o seguinte prognóstico: “Evelyne, seu caso é irrecuperável". Bem melhor do que outras sentenças médicas, mas ainda preocupante. Pelo menos não se morre disso, apesar de comermos o pão que o diabo amassou às vezes.
O mais engraçado é que demorei a expressar esse romantismo excessivo por muito tempo. Eu vivia romanticamente e nem me dava conta disso.
Na adolescência, por exemplo, achava que era a tigresa de unhas negras e íris cor de mel de Caetano, quando na verdade era quase uma Mulher de Atenas. Teimosa, rebelde, mas também meiguinha, rs. A sedutora escondia a fragilidade da menina que viveu um romance duradouro e monogâmico, dos 16 aos 35 anos.
Quando saí do casulo, fui exercendo outras mulheres em mim e sem mais nem menos virei essa romântica incurável. Chorando os amores que iam e os transformando em amizades quando a dor passava.
Estou deixando escoar. Vou deixar essa personagem de Jane Austen com fortes traços das mulheres de Almodóvar sair de mim até estancar.
O sinal verde virá. Com sua torcida e a de Zélia tenho esperança. Também vou mirar nos escritos de vocês duas, das Marias: Paula e Olímpia, das Ângelas, da Malu, da Mônica, da Milla, da Rosa e dos muitos poetas que admiro e sei que fazem parte da torcida.
Sem esquecer do Eremita, do The Rain Song, de Rai, do Manuel, do Leo, do Antonio Ladeira, do Silvanio, do José Lindomar e de tantos queridos que posso está esquecendo, pois nós românticos moramos na lua.
Ak, meu Deus esqueci da Sandra de Recife que escreve muito. E do Cleber, de quem acabei de ler um texto bárbaro.Nena, eu leio todas as suas crônicas, viu?