Mata-Leão
E pisei no tatame mais uma vez, depois de tanto tempo, voltam as lembranças, o cheiro característico de palha e lona que os tatames exalam.
Fiz a reverência, típica do povo japonês, saudando com respeito Mestre Jigoro Kano, do Judô, e todos os mestres das mais variadas formas de luta, como Funakoshi do Karatê, Ueshiba do Aikidô, e o Clã Gracie do Jiu-Jitsu brasileiro.
Mais uma vez estou aqui, no lugar onde me sinto em casa, entro com coragem, respiro e digo baixinho "quem teme perder, está completamente derrotado", mentalizo o velho ditado de Mestre Jigoro Kano, que diz que "o judoca não se aperfeiçoa para lutar; luta para se aperfeiçoar".
É isso, não preciso estar no tatame, pois minha luta é diária, é uma luta contra o tempo, contra tudo o que tenta me afastar das boas ações, me arrastando para os pecados, principalmente da vaidade, do despeito e da ambição exacerbada.
O combate é estratégico, não é apenas força, é alavanca, é utilizar a fúria do mundo como impulso para uma vitória.
Se levou um estrangulamento, um mata-leão bem aplicado, você pode bater, isso é, sinalizar dando três tapinhas no adversário e desistir, pois quando se resiste, corre-se o risco de apagar por alguns segundos, sair do ar, e consequentemente, ou fica com medo pelo resto da vida, ou volta mais decidido, mais seguro e consciente de sua força interior.
Mas quando você realmente criar a fibra de um lutador, vai conseguir resistir, e mesmo durante toda dificuldade de estar sendo subjugado manter o pensamento firme: "apago, mas não bato"...