Inseguranças da alma

Demorei muito e hoje me arrependo da demora, mas será que aprendi.

Durante todo aquele silêncio quase insepulto, deixei de expressar todo o meu sentimento por você.

Ilhado na dúvida, perdi oportunidade de dizer que te amava e de expressar meu sentimento maior.

Nas muitas oportunidades que tive duvidei que estivesse preparada para ouvir tamanha declaração e se iria ser correspondido, se entenderia um marmanjo em lágrimas dizendo que o único e silencioso sentimento dentro de mim era meu amor, enclausurado em minhas dúvidas e incertezas sem sentido.

Durante muito tempo tentei expressar este sentimento em ações, mas nunca em palavras.

Esqueci que o amor se vive, mas sempre que pode se declara. Esqueci ainda a insegurança dos seres humanos, que precisa de confirmações quase que diárias, e no amor as coisas são ainda maiores.

Relutei nas muitas vezes que estivemos a sós, em ambientes propícios, onde o cosmo conspirava ao meu favor, de me declarar apaixonado.

Hoje percebo que te perdi pela minha omissão, pela falta de confiança no amor maior, sentimento único e indivisível que jamais deve ser soterrado no silêncio da dúvida.

Ao encontrá-la depois de tantos anos pude conversar francamente com você e percebi o erro que cometi ao não declarar meu amor, pois era apenas isso que disse que esperava.

Enfim deixei passar, quem sabe, um grande amor, pelas dúvidas da alma, da insegurança e da incerteza da retribuição e hoje depois de tanto tempo descubro que a omissão do amor nunca deve prevalecer.

Marcos Barbosa
Enviado por Marcos Barbosa em 30/07/2008
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