o guarda-chuva

Uma propaganda nasce de uma idéia pré-ordenada em torno de uma necessidade que se deseja satisfazer lançando determinado produto.

Interessante é que por vezes se lança mão de um objeto diverso para convencimento do consumo de uma determinada idéia - é o caso do guarda-chuva, que já foi utilizado, por exemplo, para passar a idéia de segurança e confiabilidade de uma instituição financeira (que pode até nem ser tão confiável), mas o guarda-chuva transmite esta idéia de alguém estar protegido. Um homem com um guarda-chuva na mão, fechado, passa a idéia de ser precavido. As mulheres de um modo geral, ao perceberem mudanças do tempo, colocam o guarda-chuva na bolsa. Os jovens em geral, só fazem uso do guarda-chuva se alguém consegue convencê-los a levarem-no consigo, e será quase certo de que hão de perdê-lo pelo caminho. Um guarda-chuva poderá certamente simbolizar diversas situações, como pode também antagonizar com um desejo de liberdade, desprendimento, imprevidência, de aventura... Um casal na rua sob a chuva se beijando, um jovem abraçado a sua prancha de surf rumo ao mar, ou crianças pulando sob umas chuvas finas de verão, daquelas que formam arco-íris... Esses não precisam do guarda-chuva!

Engraçado como inúmeras imagens se sucedem na imaginação em torno do usuário e do não usuário do guarda-chuva... Será que a proximidade com o trópico do Equador é o causador desse jeito livre e imprevidente de viver do brasileiro em geral? É inconcebível imaginar alguém que viva sob rigoroso inverno, sair sem consultar a meteorologia e sem se previnir contra eventuais tempestades. Mas por aqui, existe um outro objeto, que ultrapassa em muito a idéia de ter sobre a cabeça uma proteção - é o guarda-sol - moderador da saúde e beleza.