O inusitado.

Estava eu,pausadamente,tomando um café,após um trabalho de

semana inteira.

Acredito ser o meu trabalho absolutamente investigativo,e

achei que,começava a descansar,naquela véspera do sétimo dia.

A casa estava cheia,clima de carioca,alegria;alegria.

De repente,adentra ao recinto uma senhora,muito aflita,suando muito e pedindo ajuda:

"_Tem uma louca atrás de mim,me segue,diz que esta comigo!"

Olhei rapidamente em direção à porta,a expectativa foi geral.

Não esperava o que aconteceu.

Com velocidade,surge uma mulher de corpo forte,negra,de bermudas

afirmando:

"Sou acompanhante dela,ela é minha paciente,ela esta doente"

Eu,como um Salomão por vocação,me levantei de um susto.

Olhava o rosto da senhora em busca da preciosa verdade,cada traço do rosto era significante para mim.

Olhava,com atenção a outra mulher.

Um PM. entrou e se sentiu imediatamente tonto,confuso também.

Minha alma já se oferecia para fazer uma anamnese.

Estava subitamente cansada,o Rio de Janeiro parecia um conto do

Machado,a própia Casa Verde.

A senhora me parecia muito lúcida,coerente em seus sentimentos

de medo e aflição.

De repente funcionou o sistema vibracional,de quem fala a Beatriz

Breves Ramos.O universo conspirou...

O PM olhou a mulher,no fundo de seus olhos e disse:

"_precisamos conversar,vamos lá pra fora"

Acabou a farsa,que tenho certeza,não foi decidida pelo preconceito,

foi pela captação dos sentimentos e pelo bom senso.

A senhora tomou um copo dágua e saiu,com um olhar mais calmo.

A mulher tentou se explicar,mas também se foi.

O PM cumpriu seu dever,ou pensou estar completo.

Voltei ao café,temendo um dia precisar de qualquer acompanhante.

A música de fundo,era,debochada e coincidentemente:

"cidade maravilhosa,cheia de encantos mil,cidade maravilhosa

CORAÇÃO DO MEU BRASIL.

Sonia Aimée Laupman
Enviado por Sonia Aimée Laupman em 23/08/2008
Código do texto: T1142138