Eu sou um ET

Há algum tempo, alias um bom tempo, cheguei numa conclusão que sou um ET.

Vivo num país onde ser honesto é sinônimo de ser bobo.

Ser franco, não querer dividir o mesmo elo de amizades com pessoas de caráter duvidoso é não ter jogo de cintura, ser anti-social.

Seguir à risca alguns princípios basilares que veio de berço é ser radical ou mais realista que o rei, mesmo que estes princípios sejam, por exemplo, não fazer mal ao seu próximo.

E se você então decide dividir com as pessoas a “viagem” que um livro te proporcionou, a emoção de um filme ou a sensação arrebatadora de uma peça de teatro, você é taxado de arrogante e exibicionista.

Ser educado, pedir por favor, com licença, muito obrigado é coisa de bicha. Prestar caridade ao seu próximo é alimentar vagabundos.

Exigir ser bem tratado nos serviços públicos, não deixar ser ludibriado por comerciantes “espertos”, exigir nota fiscal, é além de ser tachado de chato, é querer exigir direitos demais num país que desrespeita as leis.

Fui obrigado e sou obrigado além de tudo, de votar, mas também não exerço este símbolo “fálico” de democracia, pois os políticos brasileiros são corruptos e mal tratam o meu, seu e nosso dinheiro, pago com impostos absurdos.

Enfim, poderia enumerar mais diversas outras sensações que me fazem sentir um ET, porém não é mais preciso, pois as acima já dão conta de me sentir um verdadeiro ET.

Marcos Barbosa

Marcos Barbosa
Enviado por Marcos Barbosa em 03/09/2008
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