O CANTO DA SEREIA
Maya era o nome daquela criatura que buscava cegar aos incautos. Uma sereia que vivia em mares distantes e profundos. Muitos navegantes eram tragados ás profundezas recônditas do mar, pelo cantarolar do ser, que lhes parecia tão inocente. Era uma melodia amável, e calma, e nas palavras anseios e desejos que cada marujo desejava ouvir. Trazia no rosto candura e beleza maquiada, com a finalidade de esconder olhos profundos e queixosos pelos bens de seus cooptados. O que muitos não viam era a outra face, a que se escondia sob o mar, o lado obscuro do ser que ao que era visível tentava transparecer serenidade e boa-fé, mas sob as águas escondia tamanha cauda maldosa. Escamas negras e afiadas, num corpo esguio e pegajoso, e com cauda como uma grade a grudar os que caiam em seu cantarolar, levando-os ao mais profundo abismo, no qual lhes desprendiam a pior das torturas. Então nem mesmo os gritos desesperados eram capazes de salvar as almas que caíam na armadilha fatal, e ao perceberem o lado negro do canto da sereia, só assim puderam perceber o perigo de uma canção...