E viva nós mulheres

Se não me colaram no tempo/me puzeram uma alma viva e

um corpo descompassado/ agora o que faço?

(ANA CRISTINA CESAR)

Um bom preâmbulo para um começo de conversa sobre a

mulher. Mas não da mulher de antigamente, dócil e das prendas do lar.

Conversa sobre a mulher dos novos tempos aquela que luta e divide com seu homem as responsabilidades e tarefas.

Aquela mulher prática, trágica, romantica, livre, caótica e

louca (no bom sentido). Porque francamente pra segurar essa barra é

necessário ter todos esses atributos.

Mulher que tem um desassossego em relação ao futuro da

familia e suporta com valentia os questionamentos que esse desassossego trás.

Mas continua mulher em preto e branco ou a cores, mas

não deixa escapar a feminilidade de uma alma poética na vida que a-

travessa.

Mulher comum como eu e você que ainda acredita que a mais linda roupa que existe é o abraço do homem amado.

Mulher de pele frágil que se coloca em contato com o amado

e as extremidades se enchem de sensações.

Mulher que tem sempre algo a dizer. Cada uma a sua ma -

neira nesse mundo tão soterrado de coisas bobas e sem imagens.

Mulher que já não confia nos romances construidos para se

desfilar socialmente com alguma aquisição sexual do outro lado.

Mulher que não coisifica o homem.

Mulher que ainda guarda romantismo mas não cai em pran-

tos em nome desse romantismo, porque foi abandonada. Isso já saiu

de cena. Hoje ela chora e sofre, mas flutuando na dor.

E principalmente, nós mulheres, eu e você que somos mães, filhas, esposa, amante e, acreditamos no amor que faz a revolução:

"Você me abre seus braços e a gente faz um país"

ysabella
Enviado por ysabella em 09/09/2008
Reeditado em 10/09/2008
Código do texto: T1170075
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