A MÁGICA DE ALBERT
David nunca amara em sua vida. Tão pouco orava, sentia alegria, ou sequer tristeza. Não havia muita diferença entre ele e um poste, uma tábua, uma pedra... Ou seja, tinha David um coração fechado às emoções, e como podia viver ele daquele jeito, perguntava-se um amigo, que embora sem correspondência, dedicava á David, um dos sentimentos mais belos e fortes: a amizade. E justamente por ver David cruzar pelo mundo mais do que sem ser notado, não poder notar cada vento, cada brisa a tocar sua face, que Albert ao encontrar renomado mágico não pensou duas vezes para lhe fazer um pedido. Tão exótico que o mágico não acreditou, e somente após muita insistência dobrou-se, e finalmente fez sua magia. Quando o pedinte afastou-se, o mágico balançou a cabeça, e segui seu caminho, pensando no poder da amizade, pois apenas ela era capaz de tamanho sacrifício. Ao mágico Albert pedira para trocar de papel com seu amigo, e que dele se apossasse o falta de percepção de sentimentos. Queria ele, que pelo menos uma vez David pudesse sentir o valor de tais coisas que embora imperceptíveis, estão a nos rodear, a nos embalar pelos dias que um dia findarão, e apenas as doces lembranças destes sentimentos sobreviverão...