TENTANDO PUXAR CONVERSA

Não sei ao certo de onde aquela menina me conhece e apesar de eu não saber seu nome, ela sabe o meu, fazendo questão de me cumprimentar todas as vezes que passo por aquela rua. Sempre tenho a impressão de que ficaremos apenas com o dizer de “ois”, no entanto, a menina sempre se volta para mim e aborda-me com a mesma pergunta...

Não penso que ela repete a pergunta por ter esquecido a resposta, penso que, talvez, esta foi a maneira que encontrou para puxar conversa. E como ela me puxa para a conversa, eu me esforço em ir e permanecer. Respondo as simples e apenas curiosas perguntas e, em contrapartida, pergunto outras simples e também apenas curiosas perguntas, a fim de tentar estabelecer o diálogo.

Às vezes, detenho-me para estas nossas ligeiras conversas, outras vezes, ela me acompanha por alguns metros, contudo, da mesma maneira inesperada com que me aborda, a menina interrompe a conversa, se despede e vira a esquina ou, simplesmente, volta para suas brincadeiras.

Depois, sigo meu caminho, sempre pensando, ou melhor, imaginando: “Qual o querer da menina?”

Para ser sincera, não sei se há algum querer, que não seja apenas o querer de desejar trocar algumas palavras com quem passa pela rua e se eu passo por ali, então, por que não puxar conversa comigo?

Dany Ziroldo
Enviado por Dany Ziroldo em 08/10/2008
Reeditado em 09/01/2009
Código do texto: T1218405
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