TIMIDEZ: LEMBRANÇAS

Talvez vocês estejam se perguntando o que tem a haver lembranças, com a timidez. Eu respondo: percebi que toda vez que eu estava digitando um texto específico sobre a timidez, eu era arremetido ao meu passado, às minhas lembranças. E, comecei a desenvolver esse texto com base nessas experiências, e tenho a certeza de que isso pode, de alguma maneira, ajudá-los a entender um pouco melhor essa “característica incômoda” de como essas lembranças podem manter o ciclo da timidez numa pessoa.

Procurem lembrar-se de suas infâncias! O que vocês “vêem”? Crianças felizes, brincando com outras crianças, “fazendo arte”, correndo, pulando, gritando e gargalhando? Ou, vislumbram uma criança quietinha em seu canto, vendo as outras crianças brincarem mas, por algum motivo, essa criança não pode se juntar às outras? Ou, ainda, “essa criança quietinha” sabe que as outras crianças não a querem em seu grupo. Vamos lá, é só imaginar!

Vamos para uma lembrança mais corriqueira ainda: vocês se lembram de que quando “era a sua vez”, numa brincadeira qualquer, de falar qualquer coisa, sozinha(o), perante a turma de amiguinhos, dava aquela “vergonha”, aí você saía correndo, ou simplesmente ficava muda(o), com um medo danado, quase que em pânico? E, o pior, quando, numa festinha em casa, seus pais apresentavam você como “grande artista” e, na frente de todos os seus familiares e amiguinhos, você era “obrigado” a tocar piano, violão, cantar, declamar uma poesia, dançar como uma bailarina do É o Tchan, ou fazer caretas, sendo que, por dentro, você estava detestando aquela situação, e estava querendo “enfiar a cabeça na areia” ou simplesmente sumir imediatamente daquele lugar?

São apenas lembranças, mas se a gente pudesse voltar ao passado, faríamos diferente? Como enfrentaríamos aquelas situações embaraçosas e constrangedoras? Esse é o exercício de imaginação que proponho a vocês. “Voltem ao passado”, viajem no tempo. Todas essas situações são impostas hoje a vocês, não exatamente iguais àquelas das suas infâncias e/ou adolescências, mas que certamente todos teremos que enfrentar um dia. Pensem bem nisso, as lembranças podem ser-lhes úteis hoje!

Não vamos ser excluídos de um grupo de pessoas, simplesmente pelo fato de não participar das coisas. Não sejam “aquela criança quietinha, num cantinho do mundo”, enquanto por todos os lados podemos ver pessoas brincando, correndo, pulando, rindo. Sim! Rindo e brincando de viver! Encarem dessa maneira, não levem tudo a sério. Vamos brincar de ser “normal” de ser feliz?! Aposto que nessa brincadeira vocês vão querer ser os primeiros, é só não ter medo de brincar!

Por hora é só, espero que vocês tentem se lembrar das situações e do modo de como vocês as enfrentaram à época: das suas infâncias, dos seus medos de então, daquela vergonha de errar, como se errar não fosse parte de nossas vidas. E mais, errar faz parte da coragem. E a coragem é não ter medo de errar!