Doze de Outubro!



Quando eu era menina, lá pelos meus seis, sete anos, nasceu um irmão...
Nasceu com hérnia umbilical. Não podia chorar nadinha de nada que aquela enorme bola
Aparecia e o fazia chorar mais ainda para desespero da pobre dona Tereza!
Ela sofria o dobro, pois já tinha três crianças pequenas e não podia dar a atenção que aquele menino pedia... Me lembro que chorava junto com o pequeno. Pouca ajuda podia dar naquela época.
Mas... dona Tereza era da guerra...não desistia porque a batalha parecia perdida...Ela lutava... Esperneava com os poucos recursos que Deus lhe dera... Ia ao Posto de Puericultura...
E uma fé inabalável em Nossa Senhora Aparecida, em Deus... Essa fé a fez fazer promessa à santa: levar a foto do meu irmão, nu, para a igreja dela, lá em Aparecida . Parece ser uma promessa boba e fácil de realizar, mas para ela não era, não. Essa promessa era de difícil realização, pois nunca tinha ido lá, nem sabia pra que lado ficava, nem com que recursos contariam para tal realização.
Por que ele fez a promessa? Para meu irmão não ter que fazer a cirurgia, pois ela morria de medo de operação. Prometeu que se meu irmão se curasse cumpriria a promessa feita.
Se for pela promessa, se foi pela fé, não sei. Meu irmão, de repente não tinha mais hérnia. Constatação do médico do Posto de Puericultura (na época). Joelhos no chão, lágrimas no rosto, lá mesmo, no posto, ela agradeceu. Tirou a foto do meu irmão como o prometido e não sei como fez, mas foi para Aparecida levar o retrato do meu irmão. Voltou feliz e realizada.
Sua fé em Nossa Senhora Aparecida era muito grande e não deixou nunca de agradecer o milagre que a santa realizou no meu irmão.
Quando nasceu outro irmão, com um ano ele teve princípio de paralisia infantil. Ela estava dando o banho, enxugando-o quando ele amoleceu e caiu sem quê nem por que.
Estava chovendo muito naquele dia. Ela enrolou o menino num plástico, e rumou embaixo de chuva para o posto. Lá constataram que era paralisia infantil. Novamente ela de joelhos, lá mesmo, suplicou ajuda a Nossa Senhora Aparecida, que realizou o “milagre” e mais uma foto foi para o santuário de Aparecida.
Minha avó mandou fazer uma vela do tamanho do meu pai, quando ele, consertando sapatos (era sapateiro) ao cortar o couro, também cortou o braço, quase perdendo os dedos. Ia ficar deformado, com a mão fechada, por ter atingido os nervos. Crença ou fanatismo, meu pai só ficou com enorme cicatriz no braço como recordação do acidente e, o santuário recebeu uma vela de um metro e setenta de altura como agradecimento.
Hoje, no dia reservado no calendário, para homenageá-la, lembro estes acontecimentos da minha infância e reverencio-a com carinho e muito, muito respeito, embora não seja católica.
E mesmo não sendo católica, atrevo-me a pedir a ela que abençoe os brasileiros que necessitam tanto desse apoio, dessa segurança, visto tantos e tantos atos religiosos em dedicação a ela, como o Círio de Nazaré, no Pará, as missas de romeiros em Aparecida. É uma demonstração de fé do povo brasileiro.
Que a Senhora Aparecida olhe por este país e o cubra com seu manto azul, e seu olhar doce e tranqüilo (conforme se vê nas imagens). Como um espírito de Luz, como Mensageira da Paz e do Amor, nos cubra com sua luz. Olhai por nós! Graças a Deus e a Jesus.
MVA
Enviado por MVA em 12/10/2008
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