Inclusão? Isso é para quem não têm...

Já virou moda falar de INCLUSÃO. Temos inclusão digital para professores mal remunerados, inclusão escolar para os “sem-escolas”, inclusão cultural para os supostamente “sem-cultura” e no o bojo dessa febre de INCLUSÃO criou-se até um novo conceito de discriminação: a Discriminação Positiva.

Toda essa verborragia de palavras veio acompanhada de uma ideologização política de massa, o público brasileiro passou a sofrer uma lavagem cerebral promovida pela mídia. A filosofia neoliberal, atendendo as exigências internacionais da UNESCO, do BIRD e do BID, injetou milhões em propaganda, para dizer à nação despolitizada, que a “INCLUSÃO” é o caminho politicamente correto capaz, de dar a todos as mesmas chances.

Seguindo ainda esses ventos impetuosos, foi implementada mais recentemente no Brasil a “Política de Quotas”, no entanto, os donos do poder econômico deram pulos de ódio por terem que “engolir” negros e pobres assalariados nas faculdades. E pra irritar ainda mais os abutres da classe econômica e capitalista, o presidente LULA enviou a MP nº 213 instituindo o ProUni, nossa! eles ficaram irritadíssimos. Pior, é que a maioria dos Congressistas representa os interesses dos abutres capitalistas, esses também reagiram dizendo, que o LULA, governa como os ditadores militares, que na época, faziam uso das Medidas Provisórias e Decretos-leis, como instrumento de governo pra impor o poder que tinham. O duro, é que no passado obscuro da ditadura, esses hipócritas apoiaram tais medidas, e hoje, eles odeiam as MPs editadas pelo Presidente.

Apesar de haver críticas as políticas de quotas e de inclusão, num país, onde só as elites abastadas mandam e tem direitos, só mesmo por decreto, o Presidente pode fazer jus a um mandato popular. Porém, não é a política de inclusão que irá salvar o Brasil, da miséria da desigualdade social, cultural, política e nem da desigualdade econômica, mas uma mudança real na consciência dos cidadãos despolitizados desse país. É ai que entra o papel politizador e libertador da educação! O professor tem o poder nas mãos, por isso ainda é visto como um subversivo. Como calá-lo?

Até se entende a política de inclusão, para os mais carentes, mas, “INCLUSÃO DIGITAL”...? é ferir a dignidade do professor, é paternalismo puro e, engodo.

O professor precisa não é de caridade, mas de dignidade, e isso, só se conquista com remuneração decente. Ao invés de bônus, por que não paga melhor os professores que se desdobram entre duas a três escolas durante o ano para tentar sobreviver?

O pior ataque à dignidade e à cidadania é a despolitização do cidadão, e isso se faz, com o uso de mecanismos e de medidas paliativas, que não resolvem o problema, mas só faz perpetuar a miséria e a burrice. A cada “benefício”, o povo ignorante tira o chapéu para o governo e aplaude mais uma migalha, que lhe chega às mãos.

A inclusão não é para quem é mal remunerado, não é para quem ganha mal, é para quem não ganha nada. Quem ganha mal como os professores, com um piso de 600 reais por mês (complementado por gratificações), deve ter é um salário que lhes garanta o poder de compra, para adquirir por conta própria os seus computadores, os seus automóveis, os seus livros, os seus cursos de mestrados. Ao invés de “bolsa-mestrado”, por que não SALÁRIO suficientemente digno para que o professor próprio busque se aperfeiçoar? Chega de migalhas! Chega de “INCLUSÃO DIGITAL”. Sempre desconfiei da "bondede" e da "caridade", sempre desconfiei dos tickts refeições, dos tickts-farmácias, das famosas cestas-básicas e dos vales-transportes oferecidos pelas empresas privadas ao trabalhador. O salário? 400 reais mais os "BENEFÍCIOS", pode chegar a mil, essa sempre foi a propaganda nas placas de emprego. Como eles enganam o pobre do trabalhador, chamando de BENEFÍCIOS aquilo que para eles sai totalmente de graça, pois faz aumentar o lucro capitalista das empresas a medida que tudos esses falsos benefícios são abatidos no impostos das enpresas. Mentirosos! Porcos! Como não bastasse, o governo também entrou a algum tempo nessa coisa de "BENEFÍCIO" com a política de BÔNUS, "INCLUSÃO DIGITAL", "PRÊMIOS", "GRATIFICAÇÕES", "TICKTs COXINHA". Toda vez que o professor entra em greve, ele dá uma gratificação. Pronto! Mais uma vez se pode concluir que todas estas medidas é mesmo para calar a boca do trabalhador. O pior de tudo é que cala a boca do professor. Que outro tipo de “INCLUSÃO” se irá inventar agora para o professor sem aulas? Por favor senhor Serra, queremos dignidade já! Chega de mentiras e migalhas.