O Palhaço

Não tenha pena de mim...

Acreditei em tudo, e tenho que pagar por isso.

Acreditei em feiticeiros, feitiços, poções mágicas, gnomos, duendes, sacis-pererê, urubus-poetas, Papai Noel, salário de professor, eficiência da segurança pública, pleno emprego, justiça social, congresso nacional, e no PT.

Acreditei em tudo o que era insano, até quando você disse "Te Amo", da boca pra fora. Será que dizer "Te Amo" adianta mesmo, ou convencemo-nos melhor pelo que advinhamos e sentimos, do que pelo que escutamos? Nem me lembrei da velha e conhecida frase: "o amor é cego" e burro. Pensei até em visitar a velhinha de Taubaté para aprender, mais ainda, a arte - ou asneira? - de acreditar em tudo o que se diz.

E o "tsunami" de mentiras passou, inundou e arrastou tudo, principalmente minhas crenças e ideais... E quando baixou, tudo ficou espalhado, quebrado e perdido. E eu fiquei assim, com essa cara de palhaço triste, da foto, com pena de si próprio, porque fui à lona, e debaixo da lona, tudo é um circo.

A fase agora é de reconstrução, a começar pelo picadeiro...


Crônica inspirada na interpretação da imagem.