ETA FIGURINHA HUMANA!

O obscuro objeto do desejo humano não e este ou aquele ser,

Esta ou aquela realidade, esta ou aquela casa,

Este ou aquele carro, não é uma mulher esplêndida,

Não é escrever um livro para que os outros possam lê-lo e fazer uma crítica positiva ou não. Também não é ser um bom jogador de bola, uma pessoa teatral...

Não é ser isso ou aquilo.

Mas é o mergulho profundo do ser em si mesmo, é a captação da sintonia de si com a totalidade que chamamos em linguagem universal de: Ser Superior.

É sentir-se chamado ao ser Pleno, e não a um pedaço de ser.

Por isso que o ser humano vive buscando coisas novas e pensando que não é eterno.

O ser humano vive num mundo finito, tudo extingue inclusive ele.

O carro fica velho, a realidade passa, a casa revoga, a mulher envelhece, o livro desatualiza-se, o jogador de bola fica ultrapassado, as apresentações ficam no passado...

O desejo do ser humano é o interminável, através dessa aspiração ele fica criando coisas.

Procura sentir-se ilimitado, cria para si um mundo cheio de calmaria ou de prepotência.

A fidelidade do ser humano está na volta para a sua interioridade.

Isso o leva a não confundir essa realidade finita com a infinitude de sua utopia.

Para tanto, é preciso que ele vá desfazendo dos seus fetiches, quimeras, endeusamentos, idolatrias e falsas imagens de si mesmo.

Essa realidade que o ser humano vive é uma espécie de des-construção das realidades, é um diábolo), uma espécie de separador, de desagregador. O ser humano precisa urgentemente ser um símbolo), uma espécie de domador de verdades que ultrapassam as realidades de um mundo maluco e desajeitado.

Cada ser humano trás dentro de si:

O seu lado cordeiro e o seu lado lobo.

Seu lado águia e o seu lado galinha.

O seu lado zebra e o seu lado leão.

O seu lado bom e o seu lado ruim.

Na didádica dos primeiros cristãos), já se falava das duas trilhas:

A trilha da bondade e a trilha da maldade.

Esse dualismo quer queira ou não está presente na vida de todos.

A dialética consiste em manter lado-a-lado a base de tudo e a abertura para os novos desafios. Pessoas imanentes e ao mesmo tempo transcendentes, sem ser violentos e ignorantes.

É isso!

Acácio