A INFORMAÇÃO QUE NÃO INFORMA

A globalização, a informação mais acessível, a tecnologia mais barata, tudo isso nos trouxe inúmeras vantagens. Hoje em dia temos informação rápida, como por exemplo, saber quem é o novo presidente dos Estados Unidos no mesmo instante que os americanos. E isto tudo é muito bom, nos colocou em patamar de igualdade, nos permitiu compartilhar do mundo, sem mesmo sair de casa. Porém, toda essa enxurrada de informação fácil, rápida e acessível pode levar a nos informarmos de maneira errada. Quem não conhece nosso grande amigo de todos os dias: o Google! Eu, você, enfim muitos de nós, já demos uma clicadinha lá. E tem gente que não vive sem ele! Passou a ser nosso grande Oráculo cibernético. Tudo o que queremos achar na internet, corremos para o Google. Ele acha tudo! Sim, achar acha, mas será que devemos confiar totalmente nos dados recuperados sem nenhum critério pelos buscadores da internet? Sem contar a ambiguidade das informações recuperadas. Experimente colocar no Google a frase: “Receita de Lula”, e não se surpreenda se retornar pra você, além de receitas com Lula (molusco), também receitas de churrasco, por exemplo, preparado pelo Lula (presidente). Bem, brincadeiras à parte, a informação, hoje em dia, é algo primordial para a sobrevivência de empresas, profissionais em geral, pessoas comuns também. Quem sabe primeiro, chega primeiro, destaca-se, faz a diferença. A informação é insumo para tomadas de decisões na vida pessoal e nos ambientes organizacionais. Só que esta informação, tão importante, precisa ser útil e, principalmente, confiável. O que se vê na internet hoje, é um sem-número de sites que falam sobre determinado assunto, mas poucos, pouquíssimos, que detêm a informação correta, através de uma fonte confiável. E sem senso crítico ou conhecimento, podemos estar comendo gato por lebre! É conhecido o caso de um jornalista americano, Peter Salinger, que em 1996, utilizou um documento "exclusivo" para provar uma nova tese sobre a queda do avião da companhia TWA. Infelizmente, o documento circulava pela Internet há dois meses e era falso. A inabilidade do Jornalista para verificá-lo levou-o ao ridículo. Ao buscarmos uma informação na internet, um site, sobre qualquer assunto enfim, é preciso que se possa conhecer a fonte, o autor, suas publicações, seu conhecimento no assunto, principalmente quando se trata de textos acadêmicos e científicos. Muitas outras informações são encontradas na internet sem nenhum critério de avaliação ou qualidade. São dietas não sei de quê, simpatias não sei das quantas, vídeos falsos, e-mails que circulam sem nenhuma veracidade, até mesmo remédios são vendidos pela internet. Portanto amigo leitor, informar-se é essencial nesse mundo globalizado, onde a tecnologia, muitas vezes, dita as regras do desenvolvimento, porém, antes de mais nada, é preciso informar-se com qualidade.

-Crônica publicada no jornal VOZ DA TERRA, da cidade de Assis, em 25/11/2008.