NÃO IMPORTA O QUE VOCÊ PENSA...

 

            Quantas vezes dizemos isso ao longo da vida? Quantas vezes repetimos que não nos importarmos com o que pensam ou dizem ao nosso respeito? A verdade é que nos importamos sim. E nos incomodamos quando somos julgados por pessoas, que a partir de seus próprios conceitos (e creio que não tem como ser diferente) nos define diferente daquilo que acreditamos ser.

            Rubem Alves diz que Deus tem a nossa cara, as nossas características. Se somos simples, Ele também é, se somos vingativos temos um Deus que castiga. Em relação às pessoas eu creio que podemos aplicar esta regra. Pessoas invejosas, mal amadas, egoístas, etc., tendem a ver as outras assim. E costumam ver maldade em tudo. Tenho medo de gente infeliz. Gente que se julga vítima. Que responsabiliza os outros por seu sofrimento. Que não consegue resolver seus problemas e acha que todo mundo quer prejudicá-lo.         

Talvez vocês estejam se perguntando: o que ela quer dizer com isso? Nem eu sei, mas talvez queira entender o que leva uma pessoa a acreditar que tem o direito de sair por ai criando fofoca, levantando suspeitas e, o pior, espalhando como se verdade fosse, coisas que só existem em sua imaginação. Gente que usa sua tristeza para fazer sofrer pessoas que nada tem a ver com suas dores. Gente assim me assusta. 

Não é fácil lidar com esse tipo de pessoas, mas eu aprendi desde cedo, pois sempre convivi com esse tipo de coisa (na adolescência, por fazer teatro e ter cabelos longos e rebeldes, que eu não fazia a menor questão de domar, diziam que eu fumava maconha – coisa que nunca pensei fazer; por não ter um namorado insinuavam que eu era homossexual, enfim... Cada um diz o que quer, eu sei de mim e de meus princípios), a grande lição que tiro destas situações é que com gente desse tipo não adianta argumentar.

Por mais que você apresente argumentos sólidos elas nunca vão aceitar, pois agem de acordo com códigos que estão além de nosso entendimento, a razão que justificam suas suspeitas é diferente da nossa. Eu até entendo, apenas não aceito. Aqui no recanto já precisei ser indelicada algumas vezes. Já recebi e-mails insinuando coisas que cabeças muito férteis vêem onde nada existe. Faz parte. Mas não vou mudar meu jeito de ser e viver porque as pessoas acham isso ou aquilo de mim. 

            Eu sempre detestei fofoca, disse me disse. A vida alheia nunca foi meu assunto favorito e, sempre que desconfio de alguma coisa, vou direto à fonte; se estou aborrecida com alguém, vou direto a quem me aborreceu. Já me feri muito por agir assim. Já ofereci armas ao inimigo por ser muito transparente, mas não consigo ser diferente. Não sou santa e estou longe da perfeição, graças a Deus, mas aprendi, desde cedo, a responsabilizar-me por tudo que faço.

            Não tenho vocação para mártir. Nem talento para coitadinha. Sou o que sou e procuro ser autêntica em tudo que faço. Erro muito, e minha maior qualidade sempre foi a coragem de ser eu mesma, com todos os defeitos e implicações que isso possa ter. E apesar de tudo, eu me importo sim, não com o que pensam de mim, mas com o que dizem, pois querendo ou não somos fios de uma grande rede e não podemos nos dar ao luxo de vivermos isolados.

Incomoda-me, acima de tudo, ser acusada de coisas que não faço ou sequer me passou pela cabeça fazer. O meu jeito extrovertido de ser me faz ser mal interpretada algumas vezes. O fato de ser casada, e bem casada, por sinal, nunca me impediu de fazer nada, pois conheço as regras e sei respeitá-las o que não vou fazer é deixar de viver porque alguém, por motivos que desconheço, acha isso ou aquilo de mim. Sinto muito. Eu não sei se nasci, mas sou assim e não pretendo mudar.

           O importante é que meu esposo me conhece, sabe que sou assim e desde o início de nosso relacionamento ele sabia que eu não abriria mão de meus amigos e não mudaria meu jeito de ser. Ele também é brincalhão, e sabe que acima de tudo nos respeitamos e acreditamos na nossa relação. Sempre que surgem boatos desse tipo conversamos abertamente e passamos a observar os envolvidos. Se percebermos outros interesses por parte da pessoa em questão, vamos isolando-os aos poucos, do contrário ignoramos as fofocas. O resto? O resto não nos interessa.            

               

 

Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 27/11/2008
Reeditado em 29/11/2008
Código do texto: T1306313
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