'Parabéns' baiano é diferente

Fui convidada para um aniversário de uma colega em São Paulo. Churrasco, brincadeiras, bate-papo, um dia muito agradável. Churrasco vai, churrasco vem, chegou a hora de cortar o bolo.

"Parabéns pra você, nessa data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida!"

>> Stop! <<

Se pudéssemos parar nossa vida com stop e dizer "foi neste momento em que passei pela coisa mais embaraçante de toda minha vida" e depois apertasse o play para ver o final da história, seria este instante. Até aquele momento eu não sabia, nem de longe, o verdadeiro teor que carrega a expressão 'pagar um mico'.

>> Play! >>

Aí vou eu, cantanto em alto e bom som, fazendo meu solo:

"CHEGOU A HORA DE APAGAR A VELINHAAA, VAMOS CANTAR, AQUELA MUSIQUINHAAAA" (Senti que não estava muito sincronizado com o que eles cantavam, mas continuei alegremente tentando entrar no ritmo)

"PARABÉNS PRA VOCÊ, PARABÉNS PRA VOCÊ, PELO SEU ANIVERSÁRIOOOOO!" (Nessa hora foi que vi que eles não cantavam a mesma letra)

"QUE DEUS LHE DÊ" (percebi a cara do povo e fui diminuindo o volume)" Muita saúde e paz, e, que os anj... (Nem mais meia palma, todo mundo calado me olhando).

"Oxente... vocês não cantam isso, nao?"

Que Deus livre vocês de um vexame assim! Baianos, pulem esta parte dos parabéns quando forem a um aniversário de um paulista. Eles sabem o "é pic, é pic", e distorcem para algo pornográfico. O "com quem será, com quem será" eles eventualmente cantam.

A mudança para São Paulo está sendo fenomenal para alimentar a alma com muitas novidades. Continuo fã desta cidade incrível.

Andréa Sant Anna
Enviado por Andréa Sant Anna em 30/11/2008
Reeditado em 30/11/2008
Código do texto: T1311144
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