DESCULPE: ME NEGO SANTA CATARINA

Toda vez que acontece uma catástrofe natural ou mesmo fruto do descalabro humano, como as chuvas em Santa Catarina ou o recente seqüestro em Santo André o povo brasileiro é acometido de solidariedade e senso de justiça fora do comum.

Nada contra a solidariedade ao nosso próximo, porém me nego terminantemente a colaborar com qualquer coisa, já que não posso nestes casos avocar uma competência que não é minha, pois o acontecido é fruto da natureza, que vem sendo destruída pelo ser humano, no entanto sabemos que o mínimo dos mínimos para que fossem bem menores os sofrimentos e os estragos causados não foi feito pelo governo.

Pago meus impostos, que são absurdos, e não tenho saúde pública, educação, transporte, segurança que prestam e que faça jus a enorme sanha arrecadadora de nosso país, direitos estes garantidos à todos pela constituição federal.

Entretanto, com a crise econômica que acomete o mundo e ninguém sabe exatamente o que é e como vai ficar, o nosso generoso governo rapidamente saiu rapidamente em defesa desses desvalidos contra as “chuva$ torrenciai$” e liberou milhões aos bancos, montadoras etc.

Oras, enquanto o governo joga milhões – do meu, seu, nosso – dinheiro para salvar bancos e afins famílias perdem seus entes queridos, suas casas (barracos) e sua dignidade, o que sobrou.

Pode parecer radicalismo de minha parte, falta de sensibilidade contra um governo corrupto e inoperante, mas tenho a certeza de seguir meus princípios, que os sigo à risca e esta em falta nos poderes governamentais: honestidade, caráter, dignidade.

Logo, não me disponho a doar uma parte dos meus ganhos (com suor) com quem – infelizmente – perdeu tudo, já que esta responsabilidade é do governo, que não fez o seu dever, e ainda reluta em colocar dinheiro depois da catástrofe.

Rezo todos os dias pelas vítimas de Santa Catarina, faço minha parte espiritual com devoção, mas não posso e não vou assumir esta responsabilidade que cabe ao governo, prioritariamente.