Pirralho, PCC e CTB

Ainda ontem li numa revista um pedido de socorro da mãe de uma criança de quatro anos. Ela, a mulher, estava sendo vítima de agressões físicas por parte do pirralho. O guri não ouvia as ordens para que parasse de bater na genitora.

Estão cada vez mais comuns as queixas de professores quanto à animosidade dos alunos. Não adianta pedir. Impossível explicar. Difícil colocar a mínima ordem na sala de aula. Quando um profissional com um pouco mais de atitude ensaia um castigo, rapidamente é questionado pelo pai que nunca foi a uma reunião pedagógica. A supervisão, vice direção, orientação pedagógica e até esferas superiores interpelam o mestre que só queria o melhor para o aluno.

Por outro lado, grupos de criminosos encarcerados praticam atos terroristas como forma de buscar melhor tratamento para detentos. Não que desmereçam, mas a forma com a qual buscam é condenável. É necessário que se dê a cada cidadão o tratamento requisitado. Se é um meliante, deve ser punido dentro da lei de forma a perceber que o crime não compensa. Um bom cidadão merece receber todas as garantias que nossa Carta Magna oferece.

É claro que o trânsito registra situações parecidas. Condutores com boa formação moral e ética adaptam-se a esse contexto sem maiores problemas. Têm um bom relacionamento com o Agente de Trânsito. Solicitam providências para a melhoria da segurança de todos. Exigem investimento na educação para o trânsito.

Há também aqueles que odeiam o “guarda de trânsito”. Não raramente, passam em velocidade xingando o profissional. Ignoram totalmente o Código de Trânsito Brasileiro, não por desconhecimento do mesmo. Acham-se os donos do mundo. Acreditam na impunidade. Desconhecem o conceito de autoridade. Não percebem que em grandes concentrações, fazem-se necessárias as regras e leis. Que cabe à autoridade e seus agentes o zelo pelo seu cumprimento. Esses mesmos senhores e senhoras descumpridores das obrigações não aceitam reprimendas. Ao perceberem que estão sendo autuados pelo agente, irritam-se. Muitas vezes, diante de uma infração cometida, flagrante consumado, desculpam-se, usam mil argumentos, pedem para “aliviar”. Quando não têm o “pedido” atendido, ameaçam veladamente.

É importante investir na educação em geral para que o seu reflexo chegue ao trânsito. Os órgãos de trânsito devem cumprir a Lei e investir na educação de trânsito promovendo aulas, cursos, gincanas, blitz educativas feitas por pessoal especializado. Aos demais agentes caberia estarem atentos em seus postos.

Preferencialmente, uma orientação clara e amigável deve ser uma ferramenta de educação no trânsito. Quando não for possível, o talão de multas pode ser um excelente instrumento pedagógico

Benedito de Castro 19/08/2006