DESCULPE: ME NEGO SANTA CATARINA II

A crônica passada que poderia chamar – provocação – trouxe à tona alguns desentendimentos e revolta de alguns nobres leitores que perderam tempo lendo aquelas mal traçadas linhas.

Mas, infelizmente pra mim, não foi alcançado o que esperava, mesmo desconfiando muito que poderiam ler aquela crônica e fazer uma outra interpretação a não ser a gramatical.

Ademais, todos os que fizeram comentários acerca da crônica apenas enxergaram nela a insensibilidade deste “cronista” (as aspas são pela obviedade e nem pretensão de me achar um cronista), logo destilaram suas indignações quando afirmei que terminantemente não doaria nada de meus ganhos (pouco e suado) para as vítimas das enchentes de Santa Catarina, pois não posso e não iria avocar responsabilidade que não é minha.

Pasmados, leitores acharam que nunca tinha passado por necessidades, que a solidariedade humana esta acima de qualquer coisa, até mesmo da corrupção e inércia governamental.

Porém, não se atentaram sequer a condenar, em vez deste “cronista”, os governantes corruptos e desonestos de nosso imenso país, que como disse, na hora de injetar milhões de reais para salvar bancos, montadoras e afins, não demorou um cair de noite, mas não investiram um níquel sequer em infra-estrutura para mitigar o sofrimento dos acometidos pelas tragédias naturais e humanas.

Ao interpretarem o fizeram apenas gramaticalmente, não se dispondo a fazer uma interpretação extensiva para realmente retirar do âmago do texto o que realmente queria dizer, e fazer refletir sobre as mazelas e a corrupção governamental.

Cobrar nossos direitos garantidos pela constituição federal é o mínimo que devemos fazer, exercendo nossa cidadania em sua plenitude, mas o conformismo com as tragédias, fruto da inércia e inoperância governamental que acomete o povo brasileiro são de estarrecer.

Provoquei propositalmente aqueles que leram em minhas palavras algo de insensível e egoísta para com seres humanos e nosso próximo, entretanto esqueceram de eleger o vilão maior de tudo isso. Se Deus em sua plenitude não permite que seus filhos carreguem uma cruz maior que suporta, não podemos esquecer que o livre-arbítrio dos seres humanos é algo que nem Deus interfere, logo colhemos os frutos desta liberalidade.