" ... Hoje aqui amanhã não se sabe..."

          Quando estamos sozinhos vivemos em um mundo de sonhos. Sonhamos como seria bom ter alguém, como seria maravilhoso se esse alguém também gostasse das mesmas coisas que nós. Mas um dos maiores problemas da solidão - não falo daqueles momentos necessários de isolamento, mas sim de uma postura de vida - é a exigência. Parece loucura, quanto mais precisamos de outra pessoa, mais exigimos que ela seja exatamente aquilo que esperamos. Com o tempo, acostumamo-nos com a solidão. E tememos sair dela. Como se o lugar mais seguro do universo fosse à dor de estar-se só. 

          É óbvio que algumas inquietações da vida conjunta cessam-se quando da solidão. Porém, boa parte das alegrias também some. Não é fácil rir quando ninguém acompanha. Precisamos de testemunhas para nossas vidas. Necessitamos que alguém se importe com os detalhes insignificantes diários, agindo como se fossemos vitais, como se de alguma forma, nossa existência na Terra não esteja passando em branco, não seja esquecida. 

          O tempo corre e não é lúcido o futuro. E as exigências vão tornando-se mais fortes. Porque simplesmente não aceitamos a amor da forma que ele se mostrar? Para que complicar? Ás vezes é exatamente aquilo que acreditamos ser errado, o que nos tornará felizes.

          Eu sei que não sou perfeita. Admito isto. Mas, por que temer amar-me? Só me abraça. Só me aceita. Assim como eu sou. Foi para esta pessoa que seu coração o guiou. Não precisa temer. Pode não ser a melhor pessoa do mundo. Com certeza, por alguma insana razão, ela é a certa.
Karla Hack dos Santos
Enviado por Karla Hack dos Santos em 14/01/2009
Reeditado em 23/01/2009
Código do texto: T1384278
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