Da morte...

Houve um tempo em que nós seres humanos estávamos acostumados a sempre confiar nas pessoas. Até que de repente você descobre que nada do que você via era real, nada onde pisava existia, tudo não passava de uma ilusão, um devaneio. Quando isso acontece sua mente fica propicia às rebeldias pregadas pela vida e quando menos espera uma explosão ensurdecedora lhe ataca, proveniente de um sentimento tão remoto e já deixado nas gavetas homônimas, antes já referidas. Machado de Assis dizia, “há coisas que se dizem calando”. Apoio a sua reverencia desde que haja um argumento plausível em defesa de tal atitude momentânea. Tudo é passageiro e temos apenas uma certeza, da qual temo, a de que um dia pereceremos na terra que foi molhada por nossos lamentos. Sou grato por nunca imaginar qual será esse dia, pois o amanhã não cabe a mim. São nesses momentos de amargura e desprezo que saem as belas palavras de um poema à Ferrera Gular. Nessas consternações, desenvolvidas pelo destino obscuro, que agora quer se manifestar, há uma outra, ainda mais forte, que se sente culpada pelos infortúnios da mente. Não que seja a hora, mas sinto que talvez seja para não voltar. Uma ida sem rumo, sem praticamente nada para agir e crer. Felizmente a felicidade continua para alguns, que ainda precisam dela, como o alimento promiscuo daquilo que é pululo. Às vezes as palavras ditas não revelam o cálice do qual passamos, aí partimos para as escritas, que além de revelar, machucam, pois sempre ficarão cravadas na lenha do qual queimarão os momentos passados, porque esse sim nos pertence.

Eduardo Costta
Enviado por Eduardo Costta em 21/01/2009
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