FIDELIDADE
Fidelidade, tema tabu, épocas distintas, lugares e culturas deram novas conotações e importância à qualidade de fiel.
Tamanha era a importância da fidelidade, que outrora se inocentava um assassino que matasse sua mulher em nome de sua honra, um absurdo.
No casamento a fidelidade é motivo de pedido de separação e indenizações por danos morais.
O maior dramaturgo brasileiro, ou pelo menos o que chegou mais perto do verdadeiro sentimento enclausurado do ser, Nelson Rodrigues, dizia que a fidelidade poderia até ser uma qualidade, mas que fosse facultativa.
Ser fiel então, nos dias atuais, é algo démodé, aliás, a até a palavra démodé já não se usa mais, logo fidelidade esta parecendo objeto descartável.
Mas quando se decide ficar com alguém, casar, viver junto, à fidelidade não é algo que já esta implícita nesta escolha, e porque não ser fiel.
Ser fiel é algo ultrapassado, não é coisa de homem ou de mulher madura e do século XXI.
Tudo bem, sem hipocrisia, muitas vezes acontece o inesperado, o acaso dos acasos, algo tão mais forte que não conseguimos desvencilhar.
Os homens em sua maioria usam de uma explicação das mais cretinas, de que é homem, logo não pode negar fogo. Este pensamento é tão pobre, que foge de qualquer concepção mínima de inteligência hoje em dia.
Claro, que muitas vezes somos levados à infidelidade, pois a relação levou com que fosse procurado o que não se tinha no atual enlace, mas por que não se separa, respeitando o sentimento alheio e o próprio.
Nestes casos entram outros fatores, filhos, condição econômica, estabilidade, etc e tal, dando margem ao desrespeito, a condição ambígua de vida dupla e a perda do respeito.
Não acho que este é um tema fácil, que a situação tem muitas facetas e explicações verdadeiras para o desenrolar e a chegada a tal estágio, entretanto, acredito ser possível estabelecer o mínimo de dignidade entre duas pessoas e levar a cabo à procura da fidelidade, sem ser piegas e sem querer ser mais realista que o rei.