APENAS UM BREVE JANEIRO DE FÉRIAS
Rapidamente o mês de férias se foi. Janeiro passou como um meteoro pelo meu descanso anual. Na verdade, nem considerei que ele tenha sido o mês onde a inatividade se torna obrigatória para todos os que labutam na educação. Não tive tempo para isso. Resolvi, como sempre faço, não parar. Busquei, nas brechas do calendário, algo que me permitisse exercitar o corpo e a mente, em detrimento do marasmo e da inércia de ficar apenas oscilando entre a falta de compromisso e a desobrigação de ter o dia organizado, como habitualmente tenho.
Entretanto, isto não me impediu de realizar, preguiçosamente, o ócio criativo de que tanto falam os poetas e escritores. Consegui, neste intervalo, sentar-me à sombra dos meus pensamentos e revelar-me reflexivo em alguns contos, em várias prosas e tantas outras poesias e, administrar, ordeiramente, as crônicas que escrevo para o caderno Expressão, do Jornal Gazeta do Oeste.
Aliás, em se tratando do desejo de criar poeticamente, as diversas faces do cotidiano, dei-me, neste breve espaço de tempo, o direito de apenas pensar conciso, sem ligar pontos entre o meu olhar e o que normalmente ocorre na realidade dos dias. Não tomei partido, nem me tentei induzir a criar, em cada cena vista, um cotidiano das coisas.
Não é fácil me desvincular do contexto íntimo de minimizador dos fatos, colocando, nas entrelinhas dos acontecimentos, a minha participação de cores suavizadoras da realidade, muita das vezes, crua. Permito-me fazer isso, independente, na maioria das vezes, de não ter o poder de amenizar ou de mudar tais fatos como eles se processam dentro de suas realidades; todavia, os conduzo para o universo que fica entre a realidade e o sonho, dando-lhes uma pincelagem sobre seus dramas e tornando-os mais brandos e menos tristes.
Por isso, toda vez que o mês de janeiro chega, eu tento buscar nas reservas algo que me conduza ao exercício de estar em atividade, pelo menos, mesclando a falta do que fazer e o desejo de estar fazendo algo – mesmo que combinando com tudo aquilo que se faz durante o ano inteiro -, mas que lhe dá a oportunidade de sentir-se motivado para que, quando a volta aos velhos muros do conhecimento se der, no ano escolar que se inicia, a energia acumulada seja o combustível já armazenado para a largada de motivação em mais uma prova de dedicação e prazer por ensinar aos que nos procuram.
Por enquanto me vejo assim, meio sem ter o que fazer, meio com vontade de fazer alguma coisa. E, de certa forma, policiando-me para não ver, em tudo o que vejo, uma ocasião de expressar o meu olhar nos cotidianos, tornando-os recortes da minha realidade, fazendo-os pessoais. Apenas tento. Acho difícil não fazê-los, contudo, é bem pior ter que desvincular-me de tudo o que me cerca, para tornar-me apenas um mero espectador, sem perceber, esteticamente, o que há nas entrelinhas do fato ocorrido.
Mas, divagar sobre tudo que ocorre, pode ser, também, apenas no campo de seus pensamentos, sem ter que, absolutamente, pôr em substratos. Porém, tal forma de expressar suas idéias, não valida o que se pensou, no campo material, pois o ato fica restrito ao seu subconsciente, que o arquiva e depois o apaga, com o passar do tempo.
Nestes casos, portanto, se faz necessário a observância do registro – assim como os cronistas fazem ou como o repórter, de hoje, já tenta fazê-lo. E é assim que busco imitá-los – sem clichês, mas com estilo próprio –, para dar a minha visão dos fatos, laureado pela pena vibrante da pessoalidade no espelho da vida.
Por fim, que as férias retornem no ano que vem, e me deem a mesma oportunidade e o vigor deste ano, isso, para poder praticar o que mais gosto, mesmo que seja misturado com o anseio de ficar preguiçosamente sem nada fazer e a vontade de ver, nos retalhos das coisas simples, o arcabouço de mais uma história do dia-a-dia.
Rapidamente o mês de férias se foi. Janeiro passou como um meteoro pelo meu descanso anual. Na verdade, nem considerei que ele tenha sido o mês onde a inatividade se torna obrigatória para todos os que labutam na educação. Não tive tempo para isso. Resolvi, como sempre faço, não parar. Busquei, nas brechas do calendário, algo que me permitisse exercitar o corpo e a mente, em detrimento do marasmo e da inércia de ficar apenas oscilando entre a falta de compromisso e a desobrigação de ter o dia organizado, como habitualmente tenho.
Entretanto, isto não me impediu de realizar, preguiçosamente, o ócio criativo de que tanto falam os poetas e escritores. Consegui, neste intervalo, sentar-me à sombra dos meus pensamentos e revelar-me reflexivo em alguns contos, em várias prosas e tantas outras poesias e, administrar, ordeiramente, as crônicas que escrevo para o caderno Expressão, do Jornal Gazeta do Oeste.
Aliás, em se tratando do desejo de criar poeticamente, as diversas faces do cotidiano, dei-me, neste breve espaço de tempo, o direito de apenas pensar conciso, sem ligar pontos entre o meu olhar e o que normalmente ocorre na realidade dos dias. Não tomei partido, nem me tentei induzir a criar, em cada cena vista, um cotidiano das coisas.
Não é fácil me desvincular do contexto íntimo de minimizador dos fatos, colocando, nas entrelinhas dos acontecimentos, a minha participação de cores suavizadoras da realidade, muita das vezes, crua. Permito-me fazer isso, independente, na maioria das vezes, de não ter o poder de amenizar ou de mudar tais fatos como eles se processam dentro de suas realidades; todavia, os conduzo para o universo que fica entre a realidade e o sonho, dando-lhes uma pincelagem sobre seus dramas e tornando-os mais brandos e menos tristes.
Por isso, toda vez que o mês de janeiro chega, eu tento buscar nas reservas algo que me conduza ao exercício de estar em atividade, pelo menos, mesclando a falta do que fazer e o desejo de estar fazendo algo – mesmo que combinando com tudo aquilo que se faz durante o ano inteiro -, mas que lhe dá a oportunidade de sentir-se motivado para que, quando a volta aos velhos muros do conhecimento se der, no ano escolar que se inicia, a energia acumulada seja o combustível já armazenado para a largada de motivação em mais uma prova de dedicação e prazer por ensinar aos que nos procuram.
Por enquanto me vejo assim, meio sem ter o que fazer, meio com vontade de fazer alguma coisa. E, de certa forma, policiando-me para não ver, em tudo o que vejo, uma ocasião de expressar o meu olhar nos cotidianos, tornando-os recortes da minha realidade, fazendo-os pessoais. Apenas tento. Acho difícil não fazê-los, contudo, é bem pior ter que desvincular-me de tudo o que me cerca, para tornar-me apenas um mero espectador, sem perceber, esteticamente, o que há nas entrelinhas do fato ocorrido.
Mas, divagar sobre tudo que ocorre, pode ser, também, apenas no campo de seus pensamentos, sem ter que, absolutamente, pôr em substratos. Porém, tal forma de expressar suas idéias, não valida o que se pensou, no campo material, pois o ato fica restrito ao seu subconsciente, que o arquiva e depois o apaga, com o passar do tempo.
Nestes casos, portanto, se faz necessário a observância do registro – assim como os cronistas fazem ou como o repórter, de hoje, já tenta fazê-lo. E é assim que busco imitá-los – sem clichês, mas com estilo próprio –, para dar a minha visão dos fatos, laureado pela pena vibrante da pessoalidade no espelho da vida.
Por fim, que as férias retornem no ano que vem, e me deem a mesma oportunidade e o vigor deste ano, isso, para poder praticar o que mais gosto, mesmo que seja misturado com o anseio de ficar preguiçosamente sem nada fazer e a vontade de ver, nos retalhos das coisas simples, o arcabouço de mais uma história do dia-a-dia.
Obs. Imagem da internet