SERIA APENAS MAIS UMA CANTADA?

Como sempre, eu estava em cima da hora. Caminhava depressa, havia milésimos de segundo contados para cada passo e apesar do sol, das pernas lutarem contra a velocidade imposta pelo cérebro, chegar atrasada não fazia parte do plano.

Aproximava-me da metade do caminho, quando, de repente, um rapaz vestido de preto, naquilo que parecia ser um uniforme, com capacete na mão esquerda sai de uma das casas e ao me ver, pára. Sorri e exclama:

- Nossa! Que moça mais linda! Que maravilha!

Minha reação foi quase imediata e desajeitada. Abaixei a cabeça e sem diminuir o ritmo dos passos disse-lhe bem baixinho: “Tudo bem?” Apenas por dizer, sem esperar resposta, é claro.

Continuei caminhando, cabeça baixa, quando ele ainda acrescentou:

- Parece que já conheço.

Confesso que não vi direito o rosto dele (sua aparição repentina me desconcertou) e não me atrevi a olhar para trás para confirmar que aquelas palavras não passavam de uma artimanha para tentar conquistar a moça que passava pela rua e como a moça que passava pela rua era eu, então fiquei sendo a moça linda, a maravilha...

E assim, sendo a moça linda, a maravilha, segui com meus passos rápidos pensando no quanto é engraçado como os homens se comportam quando um rabo de saia (no meu caso, uma barra de calça, pois não uso saias) passa por eles.

Fico imaginando, o que será que impulsiona atitudes como esta?

Elevar o ego de uma mulher? Duvido muito...

Dany Ziroldo
Enviado por Dany Ziroldo em 06/02/2009
Reeditado em 09/02/2009
Código do texto: T1425664
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