Quando éramos crianças...

Sabe aquelas aventuras de criança que a gente nunca esquece? Aquelas coisas ingênuas que fazemos e que nos divertem, como jogar bola ou passear de bicicleta sem um rumo... Estava lembrando disso agora. Lá na minha infância, eu lembro com carinho dos tempos em que eu e uma amiga caçávamos diamantes.

Na verdade, nós tínhamos achado um punhado de cacos de vidro pelo chão, mas como imaginação de criança é fértil, sonhávamos com coisas incríveis e criávamos um mundo mirabolante onde tudo era lindo. A capacidade que as nossas mentes possui de transformar tudo como nos sonhos é incrível, é um mecanismo de proteção que as pessoas usam às vezes para não se estressar.

Ainda lembro da carinha da Daiene, a Dadá, catando aqueles "diamantes" no balneário que fez parte das nossas vidas no início dos anos 90. Foi lá que brincávamos nos verões, e lá também que passávamos dias de inverno, em meio a enchentes, solitários com nossos parentes. Eu sempre com meu coroa, ela com os avós, grandes amigos, grandes lições de vida. A Dadá é uma das poucas pessoas que permanecem especiais na minha vida depois de tanto tempo, e eu sei que ela lembra dessas historinhas. Sei, porque cada um de nós sabe guardar os momentos, e as pessoas, especiais dentro do coração...

É curioso o que essas lembranças fazem com a gente, o saudosismo começa a aparecer e dá uma vontade imensa de reviver aquelas coisas simples da vida, juntar cacos de vidro e imaginar que são diamantes. Mas infelizmente, essas coisas só servem para isso mesmo, para deixar saudade, para pensar e relembrar pessoas especiais.

Pensando nisso é que eu chego a conclusão que na verdade, estava descobrindo diamantes naqueles dias. Eu via diamante na amizade que começava a nascer, nos sorrisos e na cumplicidade que tínhamos e que dura até hoje. Eu vejo diamantes no coração dela sempre que preciso de uma palavra de carinho, e isso vai lapidando nossa amizade.