A violência não baterá à sua porta!

Não! Definitiva e incisivamente não. Ela arrobará sua porta e sua vida com se fosse um trator de demolição, virá num dia calmo, silencioso. Você estará quase adormecido, calmo, até feliz! Este dia será seu dia divisor de águas. Ele, o dia, marca sua postura de ser humano ou ser vivo. Ela, a violência, veio a mim arrombando meu telhado e as portas da minha casa. Fugindo de uma guarnição inteira da policia. Cercado, acuado como uma fera resolveu se aninhar na ultima toca que lhe sobrara. Ela, a violência, veio como uma criança. Assisti essa criança crescer. Foi meu vizinho por anos. Ainda me lembro do tamanho dele quando jogava bola na rua. A criança cresceu, por volta dos seus 1,85 cm e 90 kg e calça 44, mas segundo a definição de idade e de lei do meu país é uma criança. Essa criança invadindo minha casa a mando da violência, a criança assaltou um mercado. Na sanha do usar sua substancia química predileta, ignorou seus direitos. Ignorou os meus direitos. Ignorou os direitos de uma senhora de 70 anos que na vida toda nunca fez outra coisa se não amar o próximo. Ao trazer a mensagem que a violência traz, trouxe a tona de minhas vistas o que já era de minha propriedade eterna. É de minha propriedade meu instinto mais básico, sobreviver! A palavra se faz completa. Sobre viver estar acima e alem da expectativa de vida que se apresenta. Usar de qualquer meio ou modo que esteja ao alcance da inteligência para não sucumbir. Pois bem, não me interessa as estatísticas que dizem que também morre quem atira. Também não me interessa, o fato da tal criança ignorar meus direitos humanos, o estado os ignora a bem mais tempo. No meu país essa criança é tudo o que estado impera proteger. Ela é vitima da desigualdade e da disparidade que o mundo produz na sua sanha capitalista. Que discurso! Adoro quando ouço de alguém que posso perguntar, em seguida a esse alguém, Já teve que defender sua própria vida? Geralmente as respostas são longas e demoradas. Quase eternas. Mas nunca respondem. Alguém que deite os olhos sobre estas palavras deve ser perguntar. - A revolta o cegou? Não! Pergunte-se antes se você, sabe quais são seus direitos humanos. Não vou citar a declaração UNIVERSAL dos direitos humanos, apenas citarei aquele direito que você recorre a cada vez que escuta um tiro perto, ou apenas lhe falta o ar. O meu intrasferível e eterno direito a vida, que é seu também, esse direito é meu, pelo menos enquanto eu estiver vivo, me pertence. Já me disseram uma vez que minha vida pertence ao estado. Isso é no mínimo sádico. Mas minha vida me pertence ignorarei propositalmente essa propriedade do estado. E se me pertence a vida, o que dizer do direito também intocável de defender essa vida. Que é cara porque é uma só. A tal criança que veio mandar seu recado, encontrou uma pequenina vovó de seus 1,57 e 80 kg sim ela é fofa! Pois bem e olhou pra ela com olhos mortos, doentes. Olhos sem olhos. Seria fácil pra ele, a criança, dominá-la e ter um excelente refém isso se entre eles não estivesse, eu. Não seja vista minha descrição como vaidoso regorjeio, apenas sou assim, tenho 1,93 cm e 140 kg sim sou grande mais gordo que grande. Mas era bem maior que a Criança. O reflexo dele foi rápido, levou a mão a cintura em pose de quem já tem um habito fácil de sacar a arma. Sacou! Não havia arma, deixara cair ou jogara fora. Pouco me interessa. Olhos agora rápidos olharam para as facas da cozinha. Permaneci imóvel. A vez era dele. Dois passos a diante. Uma passo meu. Olhos agora sedentos correram a volta e se aperceberam de sua condição. Ofegante. Suado exalava o solvente que usam pra fumar a tal substancia química que o torna alem do honroso titulo de criança, um dependente químico. Sou químico mais por insistência e teimosia do que por formação. Sei o que fazem ao corpo a sanha do vício. É Como a fome, mas mais sorrateira e forte. Porque não se acha uma pedra de crack pra se fumar na padaria ou na farmácia. Onde se vende não sei. Mas sei que somente a vista e em dinheiro. O dinheiro que o fez correr pelos telhados de todos os meus vizinhos e descer na minha morada. Por que na minha? Simples é a ultima ou descia ali ou voasse. Como o gato não tinha asas. Desceu. Me vi então na condição de minutos antes leitor de uma livro chamado a arte de não fazer nada, para me deparar com minha vida na ponta de uma faca, ou nas balas de uma arma. Que para minha sorte não vieram junto no pacote. Gosto de atirar. Comecei aos 10 anos. Sempre como esporte. Alguns gostam de plantar orquídeas eu gosto de atirar. Mas não tenho arma. Meu país não permite. Apenas me cobra 3 ou 4 vezes o valor da arma apenas para licenciá-la, me permitir ter essa arma. Calma àqueles que já gritam que “armas matam!” “Que ter uma arma não assegura a ninguém a vida” que “armas levam a violência”. E toda essa parafernália que soltam estes pseudo-intelectuais e defensores dos direitos sub-humanos. Porque não estavam aqui na minha casa para assegurar que a dita criança dependente química não precisasse de arma. Apenas pegasse o dinheiro do assalto que seria entregue delicadamente pelo dono do dinheiro sem maiores arranhões? Pois é direito da dita criança e dependente química fazer isso. No meu país a lei é defensora disso. A arma que ele carregava não custava menos do que dois milhares de reais. Ele roubou não mais que cinqüenta reais. E ia me encher de balas como se eu fosse um alvo de parque de diversões. Meu direito de ser humano sucumbiu. Não sou humano. Naquele segundo entre o saque rápido da arma e minha percepção de não haver arma. Eu era uma rês no abate. É esse o direito humano que tenho segundo o meu estado. Não me guardar a por menores. Sem uma arma eu era ali, gado. O temos em nossas mesas pra comer e que vai ao abate sem chance de sobreviver. Era eu naquele segundo se eu tivesse uma arma teria usado. Mas meu país diz que eu não preciso de arma. Ele, meu país assegura a minha segurança e da pobre velhinha. Que se tinha duvidas sobre a força de seu coração, tirou todas elas. Seu coração é forte. Com certeza forte. Retorno ao segundo de percepção que ela a dita criança dependente química se viu sem saída. Retornou e subiu por onde desceu como se fosse alado. Foi detido e preso do lado de fora da minha casa. Onde alegava ser de menor e que não havia feito nada de errado. Porque não fui aos meus 16 anos ao topo do mundo. Pois eu não sabia que era permitido. Deveria ter tomado tudo que me desejasse o coração. Estudar pra que? Se o estado me deixa fazer tudo que quero antes de ser dito responsável e após a maioridade nada existiu. Me sinto morto. Minha vida foi de leve quase como um sopro , mas foi profundamente medida. Minha conclusão clara e simples é que minha vida ao estado que deveria me defender não vale nada. Se vale, vale menos que a vida da criança dependente química. As leis do meu país me dão total liberdade, e segurança ate que eu me depare com uma criança doente e faminta, e armada. Então sou gado. Se mata e se come. Sem reação. Estou com ódio, raiva, frustração. Não da dita criança, mas do estado que me faz refém de mim mesmo. Meu país não sabe que sangue não se derrama. Mas também não se deixa derramar. A lei do meu país é sim uma lei mas não é dura. Ela é quadrada. Sem foco. E débil. Eu sou essa lei. Por não saber como me defender. Eu sei como! Em qualquer lugar do mundo se sabe como. Aqui não. Não demos um tiro na nossa independência. Houve algumas guerras civis. Mas não duraram o suficiente. Se duraram não trouxeram o que deveriam trazer. Há uma guerra civil. Silenciosa sorrateira. Mas muito viva. Quem se acha de bem. Fuja. Por que o mau esta armado, cheio de cocaína na veia. E vai jantar os bons com molho choyo e torradas. O que se sabe é que dinheiro = segurança, armada bem treinada e paga pelo próprio segurado. Não há a mesma paridade de quem não tem verdinhas suficientes. Que bom que anjos estavam comigo imóveis e invisíveis, tanto do meu lado quanto do lado da tal criança. Meu país deve acordar logo. Sem demoras. Pois uma ou duas cidades cheia de maravilhas e de garoa abundante já se afundam. Mas lhes digo que de coração aberto desejo não ser levado por este naufrágio. Lutarei silenciosa e calmamente. Mas não irei como gado que o meu estado protetor insiste em formar.

Um Brasileiro.