CURSO DE ORATÓRIA

Penso que algumas pessoas já nasceram com o dom de falar em público, outras, assim como eu, vêem nesta tarefa algo parecido com um bicho de sete cabeças. O coração acelera, um frio e um calor sobem e descem dentro do corpo, as mãos suam, as pernas tremem e olhos não enxergam mais nada.

Perder todo este medo, provavelmente, não acontecerá da noite pro dia ou pela simples participação em um curso de oratória, entretanto, este já é um começo. Por isso, ontem resolvi participar de um curso oferecido em minha cidade, aqui que nunca acontece nada.

Não fazia a menor idéia de quem participaria deste curso ou como este seria conduzido, só possuía uma certeza, teria que falar em público! Obviamente meu coração se acelerou nas duas vezes que precisei ocupar o lugar de maior atenção da sala, na primeira para me apresentar e na segunda para falar alguns minutos sobre um tema que escolhi e, provavelmente, meu coração continuará se acelerando, mas não pretendo fugir.

Hoje, o curso continua e novamente precisarei falar em público. Desta vez o tema foi escolhido pela sorte e por ironia, talvez, em minhas mãos caiu um papelzinho com a palavra AMOR. Eu, que brigo tanto com o amor, por querer encontrar razão onde não existe; que criei até um blog para tentar falar apenas sobre isso, mas por esta minha incapacidade, ele anda assim, um tanto abandonado, justo eu, terei que discorrer sobre o amor...

Faltam menos de duas horas para o momento decisivo e ainda não faço a mínima idéia do que falarei. Sei apenas que começarei (se não me der um branco, é claro) com palavras do grande poeta Camões:

“Amor é fogo que arde sem se ver,

é ferida que dói, e não se sente;

é um contentamento descontente,

é dor que desatina sem doer.”

Dany Ziroldo
Enviado por Dany Ziroldo em 21/02/2009
Reeditado em 05/09/2011
Código do texto: T1450765
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