A EXPRESSÃO DA SENTIMENTALIDADE

Embora tivesse uma convicção formada em relação a sentimentalidade e - principalmente - ao seu potencial de transmissão pelas pessoas, hoje – através de simples experiência empírica envolvendo um texto (um poema) – cheguei a conclusão que todas as pessoas são imutáveis em sua expressividade e emotividade; ou seja, não importa idade, cor, sexo, credo, raça, religião ou partido político, as pessoas conseguem ou não se expressarem pelo que sentem. Neste contexto, algumas conseguem demonstrar tudo aquilo que sentem e outras simplesmente não conseguem.

E essa expressividade ou não da sentimentalidade é imutável, não se transforma e nem tampouco se altera. É como criatura e criador, ou seja, a criatura jamais será o criador e o criador jamais será a criatura. É como a própria arte da criação e da observação. Algumas pessoas apenas observarão a obra de arte enquanto outras desenvolverão a obra de arte; algumas conseguirão expressar sua arte e outras, com medo de fazê-la, deixarão a suas idéias e seus sonhos passarem “in albis”.

Na máxima, algumas demonstram para seus animaizinhos de estimação porque é mais fácil do que demonstrarem para o próprio ser humano. Algumas demonstram para si mesmas porque são extremamente narcisistas. Algumas outras – esquecem-se delas mesmas – conseguem demonstrar para seus filhos, pais e parentes, porque têm facilidade apenas e tão somente para demonstrarem-na para os mais próximos e não para elas mesmas. Outras, contudo, em sua grande maioria, não vão conseguir demonstrar nunca e absolutamente nada nem para elas mesmas e nem tampouco para nenhum outro ser vivente.

Algumas pessoas conseguirão expressar tudo aquilo que desejam, que sentem e que querem em relação a sua emoção e sentimentalidade – expressarem inclusive diretamente para com outro ser humano; mas outras, a margem do acaso e da própria vida – sucumbir-se-ão em meio aos medos, incertezas e dúvidas, deixando de expressar seu melhor e maior sentimento, deixando de viver sua maior emoção e, por conseguinte, morrendo – infelizmente – com a vontade de dizer presa a garganta.

Ah, e como eu nunca escondi nada de você, como sempre achei que a melhor forma de melhorarmos tudo entre nós era mantermos a nossa expressividade; para não perder a forma e nem tampouco deixar passar em branco aquilo que sinto, eu só queria te lembrar mais uma vez o que nunca esqueço:

Eu sou apaixonado por você!