a vigarice do vigário

Era um lugarejo como outro qualquer,repleto de casas simples com pessoas mais simples ainda.Onde tempo parece nunca ter existido e realidade criada a partir das idiossincrasias de alguns.Esse lugar poderia passar desapercebido se não fosse por um habitante,o vigário,o qual chamava-se Clístemes Falcão.

Ele comia sapiência e arrotava respeito,todos o temiam,mas, não por ser ruim,mas,por sua aparência austera.Tudo o que ele dizia era seguido piamente,não havia um vivente capaz de contestar as suas afirmações.Porém existia um certo morador que chegara de outras bandas e por isso mesmo tinha uma certa esperteza e não confiava no boníssimo vigário.

Esse forasteiro atendia pela nome de Reginaldo Alves de melo, dizia-se um homem das letras.Passou a perseguir o nobre vigário com uma força incrível,até que descobriu que o padre era a favor de uma vida submissa e era veementemente contra a vida dos que a vivem e sentem pulsar dentro de suas veias.

Nosso letrado achou aquilo um absurdo,pois vivemos em um mundo extremamente moderno,onde a liberdade é a pátria de todos ou deveria ser.Por isso resolveu alertar a pacata população de Alienópolis. Reuniu toda a gente na praça que fica em frente a capela e num discurso libertário,disse que o vigário não passa de um vigarista. O povo não entendeu,mas,pelo tom de voz do palestrante percebeu que era uma ofensa a um homem tão cheio de predicativos.

Numa atitude não muito moderna o nosso sábio foi excomungado e a população não entendendo nada de história,mas, sabendo obedecer,queimou o revolucionário Reginaldo na fogueira.Antes de findar-se ele disse:" pai perdoai-vos,eles não sabem o que fazem".

tj anjos
Enviado por tj anjos em 07/03/2009
Reeditado em 15/07/2013
Código do texto: T1474857
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