Um saquinho de erros
(Você tem um assim?)


Sabem aqueles saquinhos com fitinha para amarrar, que alguns fabricantes usam para colocar sapatos femininos dentro? Pois é, todos temos um deles, só que usados para outra função.
De onde eles vieram, quem os fez? Começaram a existir quando ainda dávamos os primeiros passinhos, lembram? Pessoas foram colocando ali nossos “errinhos”. Fomos crescendo e na pré-adolescência, eram “erros mesmo”, classificados com mais ênfase. Guardados ali, não escapava um.
Começamos a usá-los como mochila. (ou arranjamos outro para ficar conosco, já que o “outro” ficou em casa). Jovens, estudantes, namorando, curtindo, lá estávamos colocando erros no saco...Se bem que, nesta época sentíamos heróis sem causa, pensávamos cometer pouquíssimos ou nenhum erro, daí, o saquinho não crescia. O nosso, porque o que ficou em casa, crescia a cada dia.
Sim, porque os pais sabem executar muito bem duas tarefas: guardar no saco de erros o que nem erro foi e também relevar, condescender, não guardando erros que devem ser guardados para serem analisados (senão, como aprendermos a não errar de novo?).
 
Mas é preciso saber discernir.
Esta questão de discernimento entre o erro que é erro e o que não é...Ah! Isto é complicado.
Ficamos adultos, somos independentes, autônomos, ganhamos dinheiro, somos emancipados, casamos ou temos filhos, assumimos(?), atuamos, etc., etc. O saco está ali: um em nossa casa (agora temos uma) e outro na casa dos pais.
O que fazer com o comportamento errado deste menino?
Por que mamãe está sempre a favor do meu marido? Isto é um erro!
Onde minha mulher se enfia aos sábados até nove horas da noite? Será que anda fazendo algo errado?
Por que? Aonde? O que fazer? Para que? O que dizer? Por que não fiz o que devia fazer? Prá que fui fazer aquilo? Errei? Acertei? Boto ou não boto no saco?
Neste momento evoluímos um pouco e sabemos que há o certo e o errado, com uma grande, envolvente e perigosa diferença: o que é C para mim é E para o outro e vice-versa. Aí é preciso respeito, compreensão, dois ouvidos e uma boca, paz interior e, se pedida, ajuda.
Nesta questão de erro existe imãs, ou seja, o saco atrai o erro alheio. Imaginem! Aí surge o inédito: “foi porque ele errou que eu fiz aquilo errado”. Pode???

Frase budista: -
a culpa é um saco de tijolos que você carrega nos ombros. Deixe-o aí e vá em frente ou continue carregando-o 
Culpa é descendente da primeira geração do erro e merece uma atenção em outra tela...
O que fazer, então? Vamos amar, aceitar, compreender, perdoar a nós mesmos (e ao outro). Esvaziemos este saco de erros que vai “inchando”. Deixemos lá apenas aqueles aos quais agradecemos: *** foi cometendo aquele erro que hoje estou muito mais feliz***
Quem nunca errou? E se fizéssemos tudinho certo? Pensem nisto.

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IMAGEM: picasweb