A mais bela crônica
Eu poderia escrever a mais bela crônica, com palavras requintadas e buriladas pelo bom poeta. Na verdade, esta crônica vai romper, talvez, com toda estética e teoria literária.
Sim, esta crônica vai zelar o sentimento que pulsa veemente no coração do amante das palavras.
Em qualquer lugar, seja em Londres, Xangai, Tóquio, Recife, São Paulo ou Manaus. Existe um artista adormecido dentro de nós que necessita voar, correr, saltitar, chorar e até mesmo sorrir com as dores da vida.
Se esta for a minha última crônica, espero que ela possa abstrair do meu leitor os seus mais íntimos e frustrantes devaneios.
Céus! Estas palavras que constroem essa crônica são frenéticas, desiludidas, insanas e angustiantes.
Mas, o que seria de nós sem a angústia? Sem ela jamais sentiríamos a perda de um grande amor, a ausência de um querido amigo, a falta de um cálice de vinho, a saudade da pátria.
Ah! Assim vou percorrendo esta folha de papel, ocupando seus espaços com esta crônica que ao ser finalizada, irá deslizar ao encontro de corações perdidos e cansados.
( Para Márcio de Souza)