Levando o meu “eu” pra passear

Momentos...

Olhando o mar

Sentindo sua brisa quase fria

Num dia nublado e cinza

Pude perceber o silêncio da solidão

Senti sua respiração na minha pele

Abracei seu corpo inteiro e senti

O bater do coração, o beijo do ar

Senti o “só” em sua plenitude

Descobri a beleza de estar comigo

O imenso prazer de desfrutar de minha companhia

As ondas traziam recados do outro lado do oceano

A areia molhada era um convite

Meus pés atenderam aos seus apelos

Antes que eu pudesse pensar eu já estava caminhando

O vento me fazia companhia

A solidão do instante era sublime, completa, repleta

Instante único de prazer absoluto

Senti a água salgada na saliva trazia pela brisa marinha

Respirei fundo e continuei a caminhada

A praia não tinha fim, o horizonte era logo ali

Descalça e embriagada pela magia do momento

Entrei no mar e a água cristalina me envolveu

De um jeito diferente e harmonioso

Meu corpo se entregou ao seu balanço.

Muitas vezes achamos a solidão uma “coisa” vazia, na subjetividade do meu entender, eu posso estar completamente só mesmo junto de alguém ou perto de uma multidão. Sem sintonia nos achamos perdidos. Experimente levar o seu “eu” para passear. Outros acham que só por estar junto de alguém mesmo sendo esse alguém uma pessoa só “corpo”, ou seja, sem assunto, só presente, ausente de qualquer conteúdo em comum, acham que estão acompanhados, literalmente sim, subjetivamente não.

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 30/04/2009
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