SOBRE MÃES E MATERNIDADE
 
 
 
               Como grande parte do universo feminino, eu sempre sonhei ser mãe, e fui no tempo que escolhi: 25 anos. Entretanto, esse desejo nunca me impediu de ver a mãe – não na figura que gera – mas na figura que ama, que ampara, e apóia. Sempre acreditei que ser mãe é muito mais que colocar no mundo, e por isso discordo daquele chavão popular, que diz: “mãe só tem uma”. Conheço inúmeras pessoas que possuem mais de uma, apesar de que, em alguns casos, tem pessoas que, infelizmente, não possui nenhuma. 
 
               Sei que esta posição agride muitas pessoas e fere conceitos construídos milenarmente, mas a própria história e sua diversidade cultural mostram as diferenças, as múltiplas formas de relacionamentos entre mãe e filhos. Somos privilegiadas sim, afinal somos as responsáveis pela perpetuação da espécie e isso, por si só, já é grandioso; somos responsáveis pela formação e educação de novos seres e isso é uma responsabilidade sem tamanho, mas não podemos achar que nos transformamos nesses seres especiais apenas por que engravidamos ou damos a luz.
 
               Eu acredito que a nossa conduta, a nossa forma de amar é que nos faz mãe, a nossa responsabilidade, a maneira como nos comportamos, as escolhas que fazemos, tudo isso implica na condição de mãe. Somos, sobretudo, mulheres – seres humanos falíveis. O que é divino é o ato de gerar, parir, criar, educar – não a criatura. 
 
               Mães não são santas. Mães erram, infelizmente. Não concordo com a expressão “ser mãe é sofrer no paraíso”. Ser mãe é viver, amar e sofrer, na terra, como todo ser humano. À mãe é dada a condição de amar mais intensamente. Mais incondicionalmente. Talvez por isso, sofrer mais, pois sofre suas dores e as dores do filho. Mãe é, na verdade, ter seu coração carregado em outros corpos. 
 
               Mas, para ser mãe não é preciso gestar, parir, amamentar. Algumas mulheres, mesmo passando por todo este processo, não conseguem tornarem-se mães. Outras, ao contrário, já nascem mães. São mães por escolha. Por saberem amar demais. Por ter no coração amor em excesso, carinho em quantidade suficiente para abastecer uma família inteira.
 
               Mulheres mães são especiais. Adotam como filho aqueles cujas mães, muitas vezes por falta de opção, não podem exercer a maternidade. Adotam a humanidade. Amam sem fronteiras e doam um amor universal, necessário, salvador. Estas mães são maiores que sua própria existência e muitas vezes nem são chamadas de mãe. 
 
               Há ainda aqueles que, na ausência feminina, assumem o papel de educar, alimentar e guiar seus filhos. Os pais que são verdadeiras mães. Concordo com Rubem Alves quando ele diz que este deveria ser o dia da maternidade e não, apenas, das mães. Afinal é o sentimento de sentir-se mãe que é especial. É o fazer-se amada (o) pela infinita capacidade de doar-se que nos torna seres diferenciados, especiais. 
 
               Ser mãe é algo tão grandioso que transcende a sexualidade, as crenças e a própria condição humana. Há algo de divino no sentimento materno. Ser materno nos deixa mais próximos do Criador. Mais íntimas da grande mãe natureza. Trazer no coração e na alma este sentimento de maternidade faz a diferença na vida de todo ser humano.

               Desejo a todos que sentem este sentimento maior da maternidade um excelente dia. FELIZ DIA DA MATERNIDADE a todos nós! Beijos.
 




 
Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 09/05/2009
Reeditado em 09/05/2009
Código do texto: T1585169
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