PARA ONDE VÃO AS CANETAS?

É curioso o que acontece com as canetas onde trabalho, elas simplesmente desaparecem. Estava até pensando em contratar um detetive particular ou, quem sabe, me transformar em uma, para tentar desvendar este mistério.

Chega a ser até engraçado, um engraçado que, às vezes, irrita, pois em um minuto se tem um monte de canetas, no outro já não existe mais nenhuma - e isso acontece principalmente nos momentos em que mais se precisa de uma.

É incrível como as canetas tomam chá de sumiço e nunca mais aparecem e ninguém pode culpar nenhuma das colegas mais próximas, porque ninguém ali nunca tem canetas sobrando para emprestar e ninguém está livre de ser uma vítima. É quase óbvio que um ladrão de canetas teria uma coleção delas, não concordam?

Com tantos desaparecimentos, resolvi colocar nome em cada caneta que adquiro, no entanto, nem assim consigo possuí-las por muito tempo. Evidentemente ficam comigo por mais tempo, pois sempre que vejo passeando na mão de alguém, não desgrudo o olho enquanto ela não retorna para as minhas, mas, ainda assim, não escapo das mãos ligeiras, ávidas por canetas alheias. Sexta-feira passada, por exemplo, tinha três canetas azuis e uma vermelha sob minha propriedade, hoje de manhã, depois de muito procurar, consegui encontrar apenas uma e deu o maior trabalho para encontrar as outras três e escondê-las bem no fundo da minha gaveta para a segurança das mesmas e a minha, é claro. Não quero correr o risco de chegar amanhã cedo para trabalhar e não encontrar mais nenhuma delas.

Já tentamos de tudo, até amarrar a caneta no balcão. Nem isso resolveu, alguns dias depois, sempre encontrávamos apenas o cordão. Nenhum vestígio da caneta.

Por isso, começamos a nos perguntar: para onde será que vão as canetas?

Já perdemos as contas de quantas canetas nos pertenceram nestes três anos de trabalho. Elas evaporam e o mais intrigante, é que nunca mais são encontradas. Algumas imaginações férteis cogitaram a possibilidade de que alguém esconda no fundo do quintal um cofre como o do Tio Patinhas, mas que ao invés de haver ouro e dinheiro, haveria canetas, as nossas canetas...

Dany Ziroldo
Enviado por Dany Ziroldo em 11/05/2009
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