[ACORDO ORTOGRÁFICO... - UMA VISÃO CRÍTICA E NADA MAIS.].

Prudentia sapere est distinguire aliqu-una actione quae si quaerere et quod necessariu est evitare... – a prudência é saber distinguir alguma ação que se quer e é necessário evitar – antes que os inimigos de outros idiomas se levantem; eis em seguida a defesa – o texto que, a seguir ides ler, está atrelado à locução verbal [convém evitar].

Os primeiros fótons surgem no zênite do nascente, e, anunciam a alvorada do dia 20 de janeiro – é-me necessário o viver de mais um dia.

Preciso escrever... – mas sobre o quê?

Tomo a esferográfica que, ainda, dorme sobre a mesinha da sala de estar, escolho o assunto a abordar – ortografia – o mais badalado nestes tempos ignotos.

Para começar, na qualidade de Diretor de Cultura do Fórum de Debates Arujá – SP, em nome da Presidência, da Diretoria, dos Conselhos de Administração e Consultivo, bem como do elenco de membros, mais uma vez, faço deslizar a tinta sobre a face do papel, desenho os caracteres romanos para trazer à luz a polemica e dispensável mudança proposta pelo recente [Acordo Ortográfico].

Como se sabe, o português é uma língua derivada do antigo latim originário do latium – lê-se Lácium – e como tal, integra o grupo dos idiomas neolatinos, e, de cujo status fazem parte o espanhol, o italiano, o romeno, o francês, et coetera.

Desse modo, é claro que não devemos adotar a postura das lesmas que se ocultam em seus caracóis, e, é nesse sentido que me sento à mesa para advogar a tese de que, efetivamente, não falamos o português, mas, sim, o brasileiro, aliás, em tempos anteros, o designativo da atividade profissional daqueles que cortavam as [Ecchinatas Saginatas] mais conhecidas como [Pau Brasil], ou, ainda [Ibira – pitanga], do Tupi-guarany.

Como parte de minha defesa, lanço mão de uma frase, uma apenas, - sapato marrom está sobre cadeira – nota-se, claramente, pela forma gráfico-sonora do brasileiro – português-brasileiro – sabe-se lá – a ausência do artigo definido, soando ou ressoando, desse modo, desconectado aos nossos ouvidos atentos e sensíveis.

Explica-se – o idioma de Portugal é mais fiel ao latim, e, formalmente, exclui os artigos definidos em sua forma de elaborar as frases.

Por outro lado, o português, na mais pura essência, não possui vernáculas como [Ara-puka, Mara-kuta-ya, Mirï, e, nem tampouco, adota expressões idiomáticas como yg-apo, yg-asu, yga-rape, yta-una, abare-bebe, significando extensão alagada, braço de rio, pedra preta, padre voador. No entanto, a questão se avilta quando a pretensa uniformidade da língua se veste da capa da intangibilidade visual, ainda que conserve a túnica da sonoridade – logo, a menos que se possa provar em contradita, tudo não passa de meras oportunidades para especuladores editoriais e assemelhados no que tange ao aferimento lucrativo].

Daí, o que se vê?

A Comunicação adotar a nova grafia, as escolas se obrigarem a ensinar o sepultamento do trema, a asfixia do hífen, o coma induzido do agudo e do circunflexo, e, isto, por força das mudanças impostas pelo [Acordo Ortográfico]. Não obstante, com exceção a Portugal; Cabo Verde, São Tomé, Príncipe e São Nicolau das Queimadas – fazem o tipo – tô nem aí! Não decidiram quando as mudanças vão começar, e, isto, se é que vão ter início.

As demais postulantes à pretensa unificação – Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Timor Leste estão como as vagas que se chocam de encontro aos rochedos, pois nem ao menos o validaram na medida em que, ainda, desconsideram as proposições esdrúxulas.

Conta-se que o [Diário da República], uma versão do [Diário Oficial], em Portugal, ainda que se verifique singela imposição do [Ministério dos Negócios Estrangeiros] – versão brasileira do [Ministério das Relações Exteriores] está sendo publicado de conformidade com a [Regula Fidei ad acordu – regra fiel ao acordo]; – há tempo – o prazo se estende ao próximo ano 2014.

Como se observa, o Brasil do atual Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de quase duzentos milhões de nativos, prestes a integrar ao lado de United States of American, Nippon, Shon-ron, England, Deustchland, Itália e os demais – aos nomes próprios não se oferta versões – a Comunidade dos Países Ricos, a exemplo de nações menos expressivas no cenário mundial do terceiro milênio, não consegue identificar na tela iluminada do bom senso a ignóbil inutilidade das mudanças propostas já que se muda a forma de escrever, mas não o modulo da pronúncia.

A este ponto, tomo emprestada a frase dita pelo famoso estadista romano, o [Caesar... – Imperador] Julius Caesar – o título se fazia anexar ao prenome – [Alea iacta est... – a sorte está lançada], pois o fonema [j] não havia, ainda, sido importado do grego uma vez que o vernáculo não havia, conseqüentemente, se tornado Greco-romano; diria:... – A sorte está lançada e a liberdade, ainda que tardia, é a única condição no mundo em que estamos firmados para contradizer inolvidável disparate.

Mudanças na escrita – o acordo ortográfico não enraíza em outros países de língua portuguesa, ou, de alguma derivada do Francês, do Romeno, do Italiano, do Espanhol – se houver, e, há na figura dos dialetos, mas Portugal crê no tempo como peso e medida conciliatória, portanto, como se vê, o Acordo Ortográfico não é aceito em outros países porque, na realidade, é caótico, dispensável e insustentável.

Questiona-se...

Onde estão os capacitados Domingos Pascoais Cegala? Por que não se manifestam os lendários Aurélios Buarque de Holanda? O que dizem os Josés Sarney? Por qual razão silenciam os literatos renomados diante de tão inexpressiva propositura? Será que é necessário entrar no cenário uma Elisa Ferraz, uma Rejane da Silva Barros ou um Ademiro Alves de Sousa?

O que se vê?

Primeiro; um país incapacitado para argumentar, como já se viu, onde falando não o português, mas um vernáculo derivado pela enorme ascendência do Tupi-guarani, além de vernáculas importadas do Asturiano, do Italiano, do Francês, e, até das línguas semíticas, se sujeita aos caprichos impostos pela pátria irmã.

Ora, Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afinal, há exatos cento e oitenta e sete anos, segundo nos relata a história, Pedro de Alcântara Francisco Antonio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim Jose Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourboun teria proclamado a Independência do Brasil quando, na realidade, os anais da historicidade humana maquilaram o acordo para pagamento e transferência da dívida portuguesa com England – Portugal deixou de dever e o Brasil assumiu o ônus, England ressarciu os seus cofres e United States of American assumiu o status de credor.

Por essa razão, Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não se daria o caso do Brasil, a exemplo de nações menos expressivas, permitir que as vagas se choquem contra os rochedos da existência já que, no modo de entender deste escritor, há uma enorme diferença entre o vernáculo português e o brasileiro?

Para finalizar, analisando em linha de conta o disparate de tal proposição, verdadeiramente, resta-nos conviver com a imposição antera de uma equalização e com a inutilidade póstera do insondável acordo.

Quem viver verá!

YOSEPH YOMSHYSHY
Enviado por YOSEPH YOMSHYSHY em 15/05/2009
Reeditado em 15/05/2009
Código do texto: T1595695
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