ENFIM: DEI

Ainda não tinha sentido aquela sensação, pois na verdade não queria, não ligava. Mas com o tempo fui aprendendo, na dor e no amor, de que era preciso dar e com vontade.

Hesitei ainda por algum tempo, pois era egocêntrico e não queria dividir nada meu, apesar de que eira receber em estado de alma e tranqüilidade não tinha preço.

Pensava comigo se valia à pena, se poderia dar sem receber, se eira dar e não receberia nada em troca, logo ainda não estava em condições de dar absolutamente nada.

Se, é dando que se recebe, diz aquele ditado, meio fora de moda, jamais pensei assim, porém a vida me levou a situação em que dar era o melhor e mais magnífico estado de alma e sentimento.

O momento já era passado, tinha que assumir a minha posição de respeito, de ser humano e mostrar a todos que para dar não é preciso esperar nada em troca, pois o sentimento relacionado a esta entrega é o nirvana.

Foi então que passados alguns perrengues na vida, que percebi que encontrei mãos esticadas dos mais variados locais a me ajudar. O exemplo me fez ponderar do meu egoísmo, da minha insensibilidade em dar ao próximo uma palavra de carinho, de amor, um sorriso que fosse.

Foi aí que consegui ficar em paz comigo mesmo, dei e dei muito ao meu próximo, ajuda espiritual, muitas vezes material e consegui enfim dar um sentido maior a nossa efêmera vida humana.

Enfim se leu esta crônica até aqui foi pelo título duplo sentido, pois somos sempre tentados a julgar pela capa o conteúdo do livro.