MARRY

Quanta alegria quando ela chegou...

Tinha só um mês de vida... fofinha...olhos meigos dando a sua volta olhares tão doces que pareciam fala ao coração.

Os olhos de meus filhos brilharam de alegria quando abri a caixa marrom, de papelão e depararam com ela...

Quanta euforia!

-Pai, de quem é?

-Você trouxe pra mim? É minha agora?

As perguntas caiam como enxurrada sobre mim. Os olhos de minha filha brilhavam... os lábios de meu filho tremiam extasiados...Tudo era emoção, alegria...

Acalmei-os com muito custo e expliquei-lhes que eu havia ganhado e a trouxera para casa, para eles.

E ela, ao meio de tanta algazarra, apenas olhava tudo e a todos a sua volta, com seu rabinho abanando, parecendo dizer:

-Hei! Eu estou aqui! Ganhei um Lar e vocês dois como companheiros. Não discutam!

E parece que meus filhos entenderam a sua mensagem. Acalmaram-se e embevecidos a contemplaram.

Agora estava a dúvida!

Como a chamaríamos?

Sim, ela teria que ter um nome. Ganhou-se um lar deveria também ganhar um nome. E confesso que essa era a parte mais difícil para todos nós.

-Duquesa! – sugeriu minha esposa.

-Não! Eu quero Grilo Falante! – sugeriu meu filho Marcelo, de apenas três anos.

-Grilo Falante não! - berrou Mirian Daniela – Isso é nome de

homem e ela é mulher, você não está vendo?

E a discussão prosseguiu por muito tempo. Minha mãe chegou quietinha, observando e opinou:

-Bolinha é um bonito nome. Vejam como é tão fofinha!

E como sempre, discordando da avó, as crianças fizeram beicinho e se puseram a dar tratos à bola! Puseram a cabeça pra funcionar e ficaram a escolha de nomes. Por fim sugeri:

-Vocês se lembram de quando os levei para assistir ao desenho do Aristogatas? Pois ai está. Escolham um nome das personagens do filme.

-Pai, como se chamava aquela gatinha toda branca do filme? – gritou Mirian Daniela.

-Mas aquela era uma gata e essa é uma cachorrinha – explodiu José Marcelo.

-Marry. – eu disse.

-Pois é isso ai. Ela vai se chamar Marry. – disse minha filha, categórica.

E assim ela recebeu um nome fofinho como ela e foi finalmente batizada!

Marry passou a fazer parte da família. Tinha até uma almofada para dormir. Ela gostava de brincar com as crianças e se alimentava muito bem. Estava em pouco tempo aprendendo a dar seus primeiros latidos.

José Marcelo, às vezes, pensava que ela era de brinquedo e fazia misérias!

Só meu caçulinha, João Mauricio, é que ficava observando em silêncio... Pudera, ele tinha na época apenas dez meses!

Hoje, Marry já se foi... não mais existe.

Minha filha Mirian Daniela se casou e me deu dois lindos netos: Matheus e Marianna. E eles tem a cachorrinha Xuxa.

José Marcelo e João Mauricio são rapazes.

E agora em casa temos dois cães: a Brida – do meu filho José Marcelo e o Billy – de toda a família!

(esta crônica faz parte do livro “Animais 3 Amigos e Importantes” – uma coletânea da Editora In House , publicado em dez/2008 - Dia 22 de agosto "Dia do Escritor Louveirense")

Ademir Tasso
Enviado por Ademir Tasso em 23/05/2009
Código do texto: T1609747
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