A CASA QUE COLORI E PICHEI

Um dia voltava eu para casa, me sentia feliz e transbordava de esperança, saltei do carro, olhei para minha casa então disse pra ela: olá senhora dona casa, quer compartilhar da minha alegria, da minha felicidade, da minha esperança? E como casa não fala, resolvi, à sua revelia, colori-la de verde para que ela ostentasse o meu estado de espírito. Dito e feito. Mas sabe como é, alegria de pobre dura pouco e um belo dia lá se foi a alegria, felicidade, esperança e a minha senhora dona casa passou a representar um acinte ao meu novo estado de espírito, a esta altura, macambúzio e a minha vontade foi de virar uma pichadora e na calada da noite sair rabiscando suas paredes com alguns palavrões bem fora do meu linguajar só para ter o prazer de me sentir capaz, de me tornar tão vulgar como qualquer uma reles mortal.Dessas fêmeas que reclamam, sofrem por qualquer coisa, inclusive por amor, que é capaz de apelar para o seu lado masculino e encher a cara no primeiro boteco que avistar, e de gastar todas as suas fichas numa máquina jukbox só para ouvir Roberto Carlos mandar tudo pro inferno.

Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 26/05/2009
Reeditado em 26/05/2009
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