A SAUDADE QUE ELE DEIXOU...

Esta semana me contaram um fato acontecido aqui em nossa cidade e que tocou meu coração profundamente.

Ao ouvir o caso, imediatamente pensei em transcrever o sucedido aqui nesta coluna, pois se me enterneceu o coração porque não mostrar a história a todos meus leitores de Folhas do Coração?

Mas e a família onde o caso se deu...concordaria?

O coração pulsando...a voz entrecortada...liguei para uma pessoa da família, que após minhas explicações, concordou, imediatamente em que aqui o fato fosse narrado.

E assim é que o faço neste sábado, comovido com o acontecido e ao mesmo tempo ainda mais ciente de que a frase “mais vale um cachorro amigo...” é muito, mas muito verdadeira mesmo!

Como toda história, vou começar a minha assim:

“Um dia, quando completou 7 anos de idade, Rafael ganhou de presente de seus pais um cãozinho, a quem deu o nome de Toby.

A partir desse dia Toby passou a ser o melhor amigo de Rafael, bem como a fazer parte da família, pois todos da casa gostavam muito do pequenino animal.

Morando com sua avó materna, Rafael foi crescendo e junto dele, também crescendo e cada vez mais amigo, seu pequeno Toby.

Afeiçoados um ao outro, Toby conhecia todos os hábitos de seu pequeno dono...Ia até ao portão da casa quando ele saia para a escola ou passeio com amigos...como também corria recebê-lo, latindo feliz, quando retornava à casa.

Dormia tranqüilo em seu cesto, sabedor de que seu dono, ou estava em casa ou havia saído para seu lazer, mas que breve estaria de volta, afagando sua cabeça carinhosamente.

Pois um dia, desses dias trágicos, quando parece que o mundo desabou e nada nem ninguém conseguirá nos reanimar, um acidente aconteceu, ceifando trágica e prematuramente o garoto Rafael.

Desde esse dia, Toby entristeceu...

Andou por todos os cantos da casa...vasculhou o quintal...farejou cada centímetro de chão...e nada. Seu pequeno dono não estava!

Onde andaria Rafael, que não regressava mais?

O portão não mais se abria com seu chamado alegre:

-Toby!!

E assim Toby foi entristecendo...cabeça baixa...sem ânimo...buscando refúgio apenas no seu cesto, onde deitava sua cabeça sobre as patas dianteiras e quem sabe...chorava.

Chorava a solidão...a saudade...(a solidão e a saudade que todos também choravam)...

A avó de Rafael testou por várias vezes se certificar se o animalzinho de fato estava desolado pela falta do companheiro e chamava:

-Rafael!

O cãozinho imediatamente erguia as orelhas e a cabeça e ficava à espreita...olhava para os lados...esperava...e nada.

Rafael não aparecia.

E na madrugada do dia 06 de setembro, sábado, Toby morreu em seu cesto, sem um latido sequer...de saudade...de solidão...da falta daquele companheirinho feliz que o acariciava e crescia com ele.”

Estou emocionado agora, terminando esta...E uma frase do escritor Paulo Coelho me vem à mente:

O coração decide e o que ele decidir é o que vale!

Dia 22 de Agosto - Dia do Escritor Louveirense